domingo, 3 de julho de 2022

ROMANCES: A relação entre A Contadora e o Poeta (2020) e o Despertar no Divã (2022)



Desde que despertou para a literatura aos 12 anos de idade e, aos 15 anos, ter adentrado à capital sergipana,  o escritor F. J. Hora havia prometido a seus colegas de classe do Ensino Médio (CEFET 2001) que escreveria um livro contando a "saga" de um estudante do interior na capital. Pois bem, antes disso, escreveu e publicou um livro inspirado nas vivências da faculdade, apesar de não citada na obra, o ambiente foi inspirado no da Universidade Tiradentes, universidade onde o escritor fez o curso de Ciências Contábeis.

A Contadora e o Poeta conta a história do amor intelectual entre Sílvio, o poeta, e,  Karen, a contadora, regado à paixão sexual da aspirante a engenheira Lavínia pelo poeta aspirante a contador, ou seja, um triângulo amoroso. O ano inicial foi 2012 e marca o início das redes sociais com o advento do whatsapp como principal meio de comunicação entre os personagens. 

Apesar da aproximação entre contadora e poeta, não ficou explícito na obra se houve relação sexual entre os dois. Lavínia teve uma "desilusão acidental" com sua grande paixão Ralf  e resolveu investir no poeta para descobrir se há diferença entre ele e os homens que já teve. 

Já em O Despertar no Divã não tem redes sociais. A comunicação é oral e escrita com direito a cartas de amor e poesias. O romance menos extenso do que o anterior conta a história de Sílvio que adentra ao antigo CEFET-SE, atual IF-SE, no início do século XXI, o ano é 2001. Ao contrário do poeta maduro de 2012, naquele período ele foi paquerado por nada menos que umas cinco garotas, Lívia e Lana que foram suas grandes paixões, resultando na musificação da primeira, e, Camila, Bianca e Flor que eram colegas de classes e já eram veteranas.



Mas, o que há de comum entre os dois romances? Primeiro, em ambos os protagonistas "se amam" sejam intelectualmente, ou fisicamente, mas, não há envolvimento sexual entre eles, sendo esse o principal conflito da trama. Segundo, o ambiente escolar é o cenário dessas "odisseias". Apesar de acontecer a iniciação sexual no segundo romance (que é onde entra a personagem Isabela), e, uma "noite de amor" no primeiro, esses dois acontecimentos não foram marcantes e sim o amor "ideal" por Lana e Lívia e o amor "intelectual" por Karen.

Em ambas as obras há uma visão única de um poeta interiorano que enfrenta os estudos na capital, além da descrição da cultura e de pessoas com o choque de realidades. Duas obras saborosíssimas sobre a juventude, a vida escolar, o amor e o sexo.

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