quarta-feira, 4 de novembro de 2020

A inércia e as consequências da submissão do poder legislativo

 


O poder econômico e a barganha política criaram um "defeito" na nossa sociedade e na classe política: a inércia ( ou a falta de "movimento") dos legisladores para com os seus reais papéis: legislar, fiscalizar (o secretários e prefeito) , sugerir e representar (o povo)

Junto com essa inércia vem a submissão ao executivo, deixando de fiscalizar o prefeito e de representar o povo para dar sustentação ao governo municipal, legislando em causa própria e afastando o povo do controle social. Isso, geralmente, ocorre com os vereadores governistas. Mas, que podem mudar os papéis quando situação passa para oposição e vice-versa. 

Em ano eleitoral começam as articulações partidárias e busca por eleitores, muita gente gosta de aparecer na foto. E dar aquele sorriso espontâneo abraçado com a população. Parece peça de teatro encenada a cada quatro anos. 

Durante a campanha eleitoral fala-se numa "governabilidade" ou maioria no parlamento municipal intimidando a oposição e dando força política ao gestor criando a chamada "turma do amém". E esse discurso é absorvido pelos simpatizantes como uma verdade absoluta e uma necessidade vital, pois, a disputa acirrada e a rivalidade entre os grupos políticos geralmente inviabilizam as gestões caso a maioria seja da oposição. 

Do contrário, as maiorias acabam por aprovar medidas impopulares como a "taxa" de iluminação pública em Japaratuba e seus líderes ostentam a sua força política em detrimento da vontade popular e do controle social.

A fidelidade ou lealdade de um parlamentar ao executivo aumentam as relações de poder social entre grupos dominantes e subordinados, criando uma redoma para as minorias, geralmente carentes de educação, saúde e assistência social. 

A falta de representatividade enfraquece as classes estudantis, artísticas e culturais. Na parte cultural, muitos se aproveitam para se promover sem dar o devido suporte aos grupos folclóricos e demais fazedores de cultura. E na parte estudantil, deixam os estudantes à mercê da "boa vontade" dos gestores que se escondem das suas obrigações, mas, prometem em período eleitoral cuidar dessas classes.

E para finalizar vem a parte mais vergonhosa dessa empreitada que são as negociações de cargos e vantagens com o executivo -  a parte podre da barganha política, onde os aliados são retribuídos sem nenhum mérito técnico e sem nenhum interesse com a causa pública, além de  encobrir as irregularidades do executivo em nome da lealdade e da tática de grupo.

Os eleitores devem pesar isso tudo na hora do voto, afinal, mesmo sem nos representar eles são nossos representantes e suas ações reproduzem a expressão da nossa vontade.