O SINTESE, sindicato que representa os trabalhadores da educação, enviou um ofício à Prefeitura de Japaratuba, expondo os motivos pelo qual deliberou com a classe, em Assembleia Geral, no dia 15/06/2022 a paralisação das atividades letivas que ocorreu no último dia 05 de Julho do corrente ano.
Ao invés do município manter um diálogo franco e aberto resolveu partir para o ataque, botando carro de som nas ruas dizendo que as aulas do município estavam mantidas, mesmo em face do comunicado da paralisação dos sindicalizados e, levou à rádio comunitária local um representante da municipalidade para contrapor as razões que motivaram ao que eles chamaram de "greve".
Disse que nenhum professor da rede municipal recebe abaixo do Piso Salarial, sendo que as vantagens adquiridas ao longo da carreira não são base de cálculo para o piso, além disso, existem professores que tem salário base menor do que o piso e profissionais que recebem como base R$ 1.436,75, como é o caso dos professores contratados. Ou estes não são professores?
A adesão dos professores à paralisação foi maior do que o citado pelo representante da gestão que inclusive repetiu à emissora SIM FM o mesmo que falou na radinha durante a fala da representante do SINTESE.
Sem um discurso técnico, nem coerente com o cargo que ocupa, o Secretário emitiu opiniões pessoais e partidárias sobre o momento pelo qual está passando a educação no município, dando a entender que a luta dos professores ia de encontro ao desempenho dos alunos que foram prejudicados durante a pandemia.
O fato é que as aulas do município geralmente começam atrasadas. Foram dados pontos facultativos por conta de eventos festivos sem a menor consideração com o calendário escolar. Teve cidades que em casos de decretos como esse, considerou a educação municipal como serviço essencial e mantiveram as aulas normalmente.
Os problemas da educação em Japaratuba são muitos, mas, preferem por a culpa na oposição (que existe, mas, não funciona). Constantemente vemos críticas e reclamações sobre transporte, problemas nas estruturas das unidades escolares, falta de cumprimento das leis que regem a educação, tanto no manejo escolar, como no trato financeiro.
E achando pouco tudo isso, o momento de apreensão da luta dos professores e a tentativa da gestão de sair da crise culpando a classe em relação à Lei do Piso Salarial, dizendo que a "turma" que aderiram à paralisação "só pensam em salários", no dia seguinte, a cidade amanheceu recheada de panfletos com o rosto e o contracheque de cada um dos principais professores que participaram do protesto do dia 05.
Apesar de não sabermos quem foi o autor do panfleto distribuídio na calada da madrugada (e se distribuiu nesse período é porque sabe que o expediente não é legal), essa ação é considerada criminosa pela legislação vigente que, além disso, proíbe que na folha de pagamento sejam divulgados descontos pesssoais como empréstimos pensões e nomenclaruras semenlhantes.
E, sobre o poder legislativo, vulgo "representantes do povo" não houve nota oficial sobre a opinião do parlamento em relação ao movimento que gerou a paralisação. Apenas dois vereadores da oposição divulgaram em suas redes sociais "nota de solidariedade" aos professores.
E ai, questionamos: Por que os vereadores da situação não fazem o mesmo? Ou pelo menos deem a sua opinião sobre o caso. Mas, estão todos calados, dando a entender que são coniventes. Não existe outra interpretação para o que está acontecendo.
É preciso ser mais enfático e incisivo. É preciso exigir e cobrar como disse um informe da CMJ nas redes sociais.
Os professores precisam se sentirem representados e não serem expostos como foram dessa forma. Sobre os vereadores que se manifestaram vão dizer: "porque é da oposição". E os demais que não se manifestaram estão assinando a sua confissão de culpa.
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