Não é só a depressão, a ansiedade e o autismo, transtornos relacionados à saúde física e mental, infelizmente há um problema maior de saúde moral: Notícias Falsas e o "fenônemo" da Desinformação.
A depressão e ansiedade são comuns em sociedades altamente consumistas e pessoas com baixo poder aquisitivo, aliadas ao analfabetismo político, desigualdades sociais, racismo e desinformação causada pelos antigos boatos, atualmente veículadas na mídia tornando-se as famosas "fake news" ou notícias falsas. Além disso, a tecnologia com informações instântaneas também contribuem para esse processo.
É isso mesmo, a crescente onda de desinformação vem crescendo por conta da velocidade das notícias falsas veiculadas na mídia, principalmente nas redes sociais. O efeito emocional causado em uma sociedade, em sua maioria de natureza hipócrita, escravagista e conservadora é devastador.
Sabemos que é útil conservar as tradições saudáveis, como o folclore e a cultura popular, a cultura erudita e diversas manifestações da produção artísitca e cultural brasieira, mas, quanto a questões como racismo, homofobia, intolerância religiosa e xenofobia devem ser combatidas e reeducadas as pessoas que não conseguem se adaptar a tudo que for contra o "elitismo" da burguesia e/ou classe dominante.
A classe dominante brasileira tem raízes no período colonial brasileiro, já que o Brasil, diferente dos EUA que foi colônia de povoamento, foi uma colônia de exploração. Vejam a diferença do mando político-econômico no obejtivo de transformação social, política e econômica: povoar para desenvolver a terra e a sociedade local; explorar para beneficiar a metrópole (Portugal) sem investimentos.
E lembrando que na colônia de povoamento o trabalho era livre, na de exploração o trabalho era escravo. Diante desse histórico cresceu no Brasil a luta de classes, com mais força após a redemocratização do país nas eleições de 1989. Com o fortalecimento da luta sindical, do moviemento dos trabalhdores se acentuaram as mentiras sobre a revolução socialista no Brasil.
O então recém fundado Partido dos Trabalhadores (PT) sofreu com notícias falsas de que chegando ao poder implantria o comunismo e acabaria com a propriedade privada. E infelizemente, a mídia contribuiu para isso manipulando o debate de Collor e Lula. Nessa reportagem da revista Veja, Boni, ex-funcionário da Globo também fala sobre outros eventos como o Diretas Já.
Recentemente, há mais de uma década, precisamente em 2013, na chamada "jornadas de Junho" tiveram início um processo de "reação" das elites políticas e da burguesia por conta da uma possibilidade de um quarto mandato do PT e mais uma vez a sequência de um governo de esquerda ou centro-esquerda no Brasil. E foi o que ocorreu, Dilma Roussef venceu Aécio Neves no segundo turno, numa disputada acirrada e resultado apertado.
Aécio Neves pode ser chamado de precursor do golpe que derrubou a ex-presidente Dilma. A crise no governo se deu por conta da dificuldade de diálogo com o Congresso Nacional, causando um suposto travemento do seu governo, resultando na articulação do Presidente da Câmara, na época, Eduardo Cunha a abrir o processo de impeatchment de Dilma.
Após Temmer ter assumido abriu-se as portas para a extrema-direita. Prisão de Lula e a intensificação midiática do antipetismo, antiesquerdismo e antiintelectualismo com disparos em massa de notícias falsas nas redes sociais, culminando assim com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018.
Apesar do desmonte dos direitos trabalhistas, do questionamento da credibilidade das urnas que o elegeu, e o negacionismo durante a pandemia, sua máscara de golpista ficou evidente facilitando assim o retorno de Lula ao poder por causa do histórico do petista de defesa dos trabalhadores e da democracia, colocando novamente o PT no Palácio do Planalto.
E agora, no terceiro mandato de Lula ficou claro a falha do governo em não ter um setor de comunicação forte e combatente para enfrentar as mentiras financiadas pela extrema direita mundial para enfraquecer os governos de esquerda. No Brasil, isso ficou evidente com a crise do Pix em 2024 e agora a descoberta das fraudes do INSS em 2025.
A crise do Pix foi um processo de desinformação articulado pela extrema direita que fez com que a população entendesse que haveria a taxação do pix, o que não é verdade. O que se queria era dar mais poder para a Receita Federal fiscalizar e evitar fraudes e lavagem de dinheiro no sistema financeiro do país. A falsa impressão de que o pix seria taxado causou grande pânico entre a população e o desgaste do governo.
Já as fraudes do INSS tiveram início em 2019, no governo Bolsonaro ou até mesmo antes. Mas, por a fraude ter sido revelada somente agora em 2025, deu munição para que se criasse uma guerra de narrativas entre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e a oposição bolsonarista, para tentar mais uma vez influenciar a população na popularidade do Presidente.
Vejam que nessa guerra de narrativas, a maioria se baseiam em notícias falsas e na omissão de informações e no antipetismo, ferramentas que a oposição está usando ao seu bel-prazer e não há uma reação do governo em fazer campanhas de esclarecimentos à população perante a pressão da oposição bolsonarista.
Mas, uma coisa é certa: em 2026 o Brasil terá que escolher novamente entre o golpismo ou a democracia. A luta de classes, para desespero da burguesia continuará existindo. E, para os golpistas só resta uma arma: as notícias falsas e o antipetismo. E a velocidade da informação através da mídia eletrônica e das redes sociais é a ferramenta mais usada.
E qual a solução? Educação, principalmente educação política. É preciso acabar com o voto por indicação, pois, o uso estratégico dos redutos eleitorais de um líder político consegue conduzir o povo a votar num proejto pessoal travestido de projeto popular e/ou coletivo, elegendo assim políticos que não representam os interesses da causa pública.
E você o que acha? Emitir notícias falsas é mesmo uma deficicência moral? E acreditar nelas, sem sequer checar as informações, seriam frutos de ressentimentos e/ou ódio com determinado grupo político?