Dois anos já se passaram e a cultura parece que parou no tempo. Não temos mais aquele lutador incansável que pensava na coletividade e fazia a inclusão social e cultural de toda Japaratuba. Com seu olhar clínico, não deixava escapar um detalhe da nossa riquíssima tradição.
Em 2017, assistiu a tragédia política da reprovação do Ano Cultural "Mestre Aquino" e agora em 2023, a gestão municipal cometeu o desrespeito à cultura não sancionando nem dando visibilidade ao Ano Cultural Mestre Gibras.
Gilberto foi o intelectual partidário sem partido. Paradoxal, não acha? Pois é, isso quer dizer que ele sabia equilibrar sua militância política com as amizades e com as pessoas em geral. Foi pai do controle social, da cultura e dos jovens artistas e aspirantes as artes em geral.
Gibras além de ser um dos fundadores do Conselho Municipal de Políticas Culturais - CMPC, foi fomentador e incentivador cultural. Incentivou artistas locais a participarem do festival de poesias, mesmo diante das controvérsias em relação ao formato (cênico) que deixava muitos poetas insatisfeitos com os resultados.
Nascido Gilberto dos Santos, em 15 de novembro de 1952, ficou conhecido como Mestre Gibras por sua incansável luta pela justiça social, cultura e política em Japaratuba. Foi pai dos conselhos e do controle social, da luta cultural, sendo um dos fundadores do Conselho Municipal de Políticas Culturais - CMPC.
Poeta, escritor, amante da cultura, Gibras foi um grande incentivador de artistas e fazedores de cultura a lutarem pelos seus direitos e pela sua identidade. Militante ativo da boa política, foi candidato a vice-prefeito em 2012, através da junção dos partidos PCB e PSOL, sempre alinhado com a defesa das minorias.
Além de artista consagrado era membro fundador da Academia Japaratubense de Letras, Artes e Ciências. A cultura e todas as instâncias do controle social ficaram de luto no dia da sua partida. Gibras, um grande Mestre! Um exemplo a ser seguido! Ao expirar, em 2022, deixa órfã a cultura, a literatura, os conselhos e a luta social.
Autor dos livros Reminiscencias (2015) e Japanovenas (2019), uma curiosidade é que o seu primeiro livro foi publicado por uma editora local, ou seja, Gibras se orgulhava de ser "bairrista" e valorizar a "prata da casa", inclusive foi um dos incentivadores para a implantação da primeira editora de Japaratuba, a JHS Publicações, juntamente com outros amigos de luta.
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