sexta-feira, 20 de setembro de 2024

VAMOS FUTUCAR? DOIS ANOS SEM O MESTRE GIBRAS


Dois anos já se passaram e a cultura parece que parou no tempo. Não temos mais aquele lutador incansável que pensava na coletividade e fazia a inclusão social e cultural de toda Japaratuba. Com seu olhar clínico, não deixava escapar um detalhe da nossa riquíssima tradição.

Em 2017, assistiu a tragédia política da reprovação do Ano Cultural "Mestre Aquino" e agora em 2023, a gestão municipal cometeu o desrespeito à cultura não sancionando nem dando visibilidade ao Ano Cultural Mestre Gibras.

Gilberto foi o intelectual partidário sem partido. Paradoxal, não acha? Pois é, isso quer dizer que ele sabia equilibrar sua militância política com as amizades e com as pessoas em geral. Foi pai do controle social, da cultura e dos jovens artistas e aspirantes as artes em geral.

Gibras além de ser um dos fundadores do Conselho Municipal de Políticas Culturais - CMPC, foi fomentador e incentivador cultural. Incentivou artistas locais a participarem do festival de poesias, mesmo diante das controvérsias em relação ao formato (cênico) que deixava muitos poetas insatisfeitos com os resultados.

Nascido Gilberto dos Santos, em 15 de novembro de 1952, ficou conhecido como Mestre Gibras por sua incansável luta pela justiça social, cultura e política em Japaratuba. Foi pai dos conselhos e do controle social, da luta cultural, sendo um dos fundadores do Conselho Municipal de Políticas Culturais - CMPC.

Poeta, escritor, amante da cultura, Gibras foi um grande incentivador de artistas e fazedores de cultura a lutarem pelos seus direitos e pela sua identidade. Militante ativo da boa política, foi candidato a vice-prefeito em 2012, através da junção dos partidos PCB e PSOL, sempre alinhado com a defesa das minorias.

Além de artista consagrado era membro fundador da Academia Japaratubense de Letras, Artes e Ciências. A cultura e todas as instâncias do controle social ficaram de luto no dia da sua partida. Gibras, um grande Mestre! Um exemplo a ser seguido! Ao expirar, em 2022, deixa órfã a cultura, a literatura, os conselhos e a luta social.

Autor dos livros Reminiscencias (2015) e Japanovenas (2019), uma curiosidade é que o seu primeiro livro foi publicado por uma editora local, ou seja, Gibras se orgulhava de ser "bairrista" e valorizar a "prata da casa", inclusive foi um dos incentivadores para a implantação da primeira editora de Japaratuba, a JHS Publicações, juntamente com outros amigos de luta.

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

PUBLICAÇÃO DE LIVROS JÁ FOI DESTAQUE EM JAPARATUBA




F. J. Hora, nome artísitico de Flávio Hora, publicou seu primeiro livro em 2012: Poesia do Novo Tempo, CBJE, Rio de Janeiro, em seguida Darquiran Costa em 2013 publicou: Confissões pela J. Andrade. Mas, foi à parti de 2014, com a criação da primeira editora de Japaratuba que a Difusão Cultural do Livro começou a ser uma "política pública 'privada'". 

Inaugurada com Cantos da Nova Idade (2014), Gibras publicou Reminiscencias em 2015 e logo depois Jota Erre em 2016: Oceano de Ilusões. Em 2019, Gibras emplacou novamente e lançou Japanovenas. Isso sem falar nos diversos livros publicados e disponibilizados à venda em sites como Amazon, do escritor Flávio Hora.

Foram públicos e notórios a grande movimentação e euforia literária. O estímulo à produção, edição e publicação foram intensos graças ao Mestre Gibras, Bomfim da Capoeira, Flávio Hora, Darquiran Costa, Jota Erre e adeptos que participaram de sucessivas reuniões.

Ajuda do poder público ou patrocínio? Nenhum. Tudo recursos próprios. A gestão de Japaratuba sequer sabe da existência da Lei 10.753/2003 que criou a Política Nacional do livro. 

Atualmente Flávio Hora e o Poeta Afamado (Ivanildo Souza) são os que tem mais livros publicados.


Precisamos de uma gestão que valorize a cultura, pois, atualmente é só uma placa na entrada da cidade: Celeiro da Cultura Sergipana, mas, os agentes culturais estão desassistidos e, a maioria, anônimos. Atualmente, o Conselho de Cultura está travado pela administração pública e o Controle Social vem resistindo por causa dos amantes da cultura.





quinta-feira, 12 de setembro de 2024

NAMORO INFINITO: Poema de Flávio Hora


 

Namorar-te-ei eternamente

Como o beija-flor apaixonado

Que não esquece de ter beijado

Tão linda flor...

Mil quimeras, nesse vai-e-vem

Minha alma abraça a sua

Com gratidão e singelez

E assim continuo te amando

Como se fosse a primeira vez!


                                       Flávio Hora, Todos direitos resevados.


UM ANO DE SAUDADES SEM JAILSON DO PÍFANO



Quando expirou o Mestre do Pífano, Jailson da Hora, não só ficaram órfão seus filhos, mas, toda uma cultura e uma família que tinha como eixo a força e a inteligência de um homem de ideias e ideais. Nascido Jailson da Hora Santos (Japaratuba-SE, 21 de Outubro de 1956 - 12 de Setembro de 2023), adotou o nome de Jailson de Encruzilhadas em suas duas candidaturas a vereador em 2004 e 2008,  foi um músico, compositor, comerciante, agricultor e político brasileiro. Nasceu no povoado Encruzilhadas, filho dos também agricultores Aguinaldo Pereira dos Santos e Josefa da Hora de Jesus. É pai do escritor Flávio Hora.

Jailson aprendeu a tocar de ouvido através das novenas e festas da região, conforme ele mesmo contou. Além de tocar músicas folclóricas e já conhecidas compôs diversas outras. Seus parceiros foram seu irmão José da Hora ( Brisdo ), o amigo Brune ( Bruno Paulo ), seu tio Tati ( Norberto da Hora ) e os  amigos Gelvácio ( Vasso ) e por último Manoel. 

Parece impossível acreditar que ele partiu porque ele ainda vive em tudo aquilo que ele deixou e ensinou. Além da saudade, ficou um vazio no melhor que ele fazia: tocar o pífano. Seu som forte, cheio e cadenciado é inconfundível ficou imortalizado nos corações de quem parava só para escutar e se emocionar com os toques ou músicas interpretadas pelo maior pifanista da região.

Jailson deu vida às fetividades de sua região  e não deixou a cultura do pífano ser esquecida. A Banda de Pífanos de Geração em Geração foi famosa com um histórico já fixado: 

 Sibalde: No Jirau na casa do Sr. Humberto. Na casa de Zé Salú e de Antônio do Ouro;

• Várzea-Verde, na casa de Adília;

• Na Pirunga, na casa de Zé de Nicolau;

• Nos Possões, na Casa de Zé Matilde e de Israel;

• Encruzilhadas, as novenas tradicionais na residencia da família Hora.

Em 2023, foi entrevistado pelo Governo do Estado sobre a  perfuração de poços na região: "Ainda no povoado Várzea Verde, o aposentado Jailson da Hora vive com a esposa há 18 anos. Para ele, o aumento da oferta de água na rede, a partir de um novo poço, vem trazer mais qualidade de vida e desenvolvimento. 'Acredito que vai ajudar, porque aqui não tem água direto, definitivo. Vai mudar. A gente já pode ter mais liberdade, ter uma casa mais limpa, tomar um banho mais sossegado. Fazer uma hortinha no fundo de casa. E uma vantagem também para desenvolver o local. O povoado passa a crescer mais, porque sem água ninguém vive'”.


Líder nato, Jailson foi considerado um divisor de águas no desenvolvimento da região, impulsionando a economia local e fomentando a geração de emprego e entusiasmando pessoas a voltarem  ao povoado Várzea-Verde,  pois agora já "tinham onde comprar as coisas".  Com isso, se firmou como comerciante desde 1985 até a sua morte, em Setembro de 2023. Começou como comerciante em Encruzilhadas, de 1994 a 2006 na sede do municpío.

Em 2004, candidatou-se a vereador pelo PTC, com o número 36113, adotando o nome de Jailson de Encruzilhadas, repetindo a candidatura em 2008 já pelo PSDC com o número 27555. Em ambos os pleitos não obteve êxito nas urnas, preferiu deixar a vida pública como ativista política, participando apenas nos bastidores como liderança local. Um dos seus principais objetivos era a criação de um "Centro de Atendimento ao Cidadão".

Não só em Encuzilhadas, mas em todo o Vale do Cotinguiba e do Japaratuba, se aglomeravam multidões para ouvirem o som inconfundível do Mestre do Pífano, Seu Jailson. A sua partida causou grande comoção e muita saudade. 

domingo, 1 de setembro de 2024

INSATISFAÇÃO POPULAR é o signifacado de cidade sem emprego e renda

 


"Ninguém come PIB", dizia Conceição Tavares, que defendia a justiça social… Da mesma forma, é visível a insatisfação popular diante de um "progresso" baseado em areia e cimento e mesmo assim, avesso à fiscalização e às críticas dos opositores. Não se come praças, nem quadras, nem ruas asfaltadas (e sem rede de esgoto), falta Plano Diretor, falta um direcionamento, ou seja, em termos de "cidade", estamos desorientados. 

Existe um gabinete da vingança contra os opositores, os que criticam e os que fiscalizam, principalmente os que denunciam. A democracia representativa só é reconhecida pelo ato do voto, o representante eleito se acha "patrão" mas, quem manda é o povo e o  controle social é obrigatório. 

Quando tem obras, o povo logo diz: "o prefeito está trabalhando", mas, em cidade sem emprego e renda, se come areia e cimento? A ausência de politicas públicas e o descumprimento das leis gera o caos administrativo que muitas cidades se escondem através das famosas "quedas na arrecadação". Na verdade, é falta de gestão.

Sabem o que é "Justiça Social"? São políticas públicas que promovam o trabalho decente – um trabalho de qualidade e com proteção social – a melhoria da seguridade social de acesso universal e a justiça tributária que neutralize a elevada concentração de renda e diminua as desigualdades sociais. 

Como fazer Justiça Social num sistema capitalista onde o mercado finaceiro é quem "dita" as regras? O aumento real dos salários, a política de valorização salário mínimo e do piso salarial, e os programas de transferência de renda e, ainda pouco adotada, a participação dos funcionários no lucro da empresa, ou seja, receber dividendos também como os sócios das empresas. 

Em cidades sem industrialização, as políticas públicas de geração de emprego e renda são mascaradas com o "empreendedorismo", sendo que, na prática, é um pedido de socorro, é como se o empreendedor apelasse: "compre pra me ajudar". O verdadeiro empreendedorismo precisa de uma política econômica eficiente e eficaz, associações, parcerias da sociedade civil com a gestão, cooperativismo, assesoria contábil, econômica e informática para as empresas e a população. 

Em Japaratuba, o comércio está "falido", ou seja, a demanda de vendas não é suficiente para manter a estrutura comercial adequada a um serviço de qualidade, lojas modernas e estoque suficiente e giro do dinheiro na cidade. Essa é uma realidade de muitos municípios. Antigamente, só os ricos abriam um negócio, por isso, o pequeno empreendedor ainda é penalizado como a falsa ascenção social ao adquirir o status de "empresário".

Quem souber ler, leia!

FUNDO MUNICIPAL NÃO TEM PERSONALIDADE JURÍDICA



Segundo a Lei  Lei nº 4.320/1964, ""Fundo não é uma entidade jurídica, [...], é um tipo de gestão administrativa e financeira de recursos ou conjunto de recursos vinculados ou alocados a uma área de responsabilidade, para cumprimento de objetivos específicos, mediante a execução de programas com ele relacionados. O fundo não possui personalidade jurídica própria, vinculando-se ao órgão a que pertença". O fato de o Fundo Municipal de Saúde possuir inscrição junto ao Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, de per si, não lhe confere personalidade jurídica, nem ao menos capacidade postulatória."

A Contabiidade Pública evoluiu, mas, os profissionais continuam praticando irregularidades nos cadastros das pessoas jurídicas, por exemplo, Município e Prefeitura, Fundo e Secretaria. Segundo o IBGE, Prefeitura não se enquadra como Município. E o fundo possui CNPJ apenas para que a conta seja aberta no banco, mas, quem administra é o órgão a ele vinculado. Por exemplo: FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE é a conta que a SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE gere os recursos, portanto a Secretaria também tem que ter CNPJ. 

Muitos municípios cometeram a aberração de criar CNPJ filial de Município para uma "secretaria" e a Receita Federal aceita e cria o CNPJ, então o Fisco Federal é outro órgão que precisa de uma reforma intelectual. Foi o caso do Município de Japaratuba em 2018 que não criou o órgão Secretaria Municipal de Educação e sim uma filial de Município, proibido pelo IBGE. Somente em 2024 é que foi obrigada, por lei, a regularizar a situação. 

Agora, precisa regularizar a questão dos Fundos que é tratado como se fosse a "secretaria".

Isso é muito importante para a transparência do uso dos recursos públicos. Fundo tem CNPJ, mas, é só para abrir a conta. Quem tem personalidade jurídica é a Secretaria que também tem que ter um CNPJ.