segunda-feira, 26 de novembro de 2012

UM OLHAR SOBRE A RUA...






Mais de uma semana com entulho de vizinhos na frente de casa. 


Quando abro a porta me deparo com entulhos e materiais de construção na frente da minha casa, mas não estou a construir (como faz o pedreiro), tampouco a reformar. Não obstante, essa poluição visual (vá lá que conversando a gente se entende...), após um dia fatigante de trabalho, entro na minha "humilde residênica" e após o banho, quando olho para a rua, a calçada da minha casa parecia uma pocilga - crianças se enlameavam com a massa de cimento da construção vizinha.
Mas, nada ali era surpresa. São quase duas décadas dessa visão periférica de zona urbana. Era como se não houvesse lugar disponível a não ser ali. Coisas de quem vive a vida sem pensar em vingança, um dia eu saio daqui, pensei! E depois de amigavelmente tentar solucionar o impasse, chegou-me uma vizinha para trocar R$ 0,10 por 2 de R$ 0,05 para escapar dos meninos que pediam.
Para não reclamar da vida e não chorar de barriga cheia, fui acometido às 7 horas da manhã por minha irmã acompanhada de uma vizinha (dizendo que precisava acessar a internet) em pleno interior do meu quarto, despertando-me num susto que só não achei que era pesadelo porque não era a primeira vez que isso acontecia. Apesar do avisos e ameaças ao pessoal da casa, essa prática era comum (o sentimento de ajudar os outros, só pode!)
E assim, quando minha cara desponta na porta estão dezenas de pessoas olhando de suas casas tudo o que vou fazer, a roupa que estou usando (talvez para me ajudar ou me presentear roupas novas...). E é uma rua (ou travessa) movimentada. Só nesse trecho há correrias de crianças o dia todo e a noite, carros de som, barulho infernal. Mas, nada anormal, sempre como de costume.
Ah, e, antes que eu me esqueça. Sempre tenho uns produtos para a venda. Bem na porta enfeitei com um cartaz "não vendo fiado", mas os vizinhos de casa bem arrumadas e filhos vaidosos e cheios de brinquedo estão sempre sem R$ 0,10 para comprar algo (e o vendedor só sabe que é fiado quando o cliente-amigo pega a mercadoria e diz "depois eu pago"). Para não ter inimigos ( longe de mim fazer desamizades com o bairro inteiro) vivo sempre contemplando (e aguentando) essa rotina diária quando olho para a rua...!

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