quarta-feira, 22 de março de 2023

RUMORES POLÍTICOS EM JAPARATUBA: Políticas públicas ou políticas partidárias?

Em Japaratuba, a 'pulítica" é o termo popular para se referir ao período eleitoral. Diferente disso, a política partidária e os "lados" antagônicos são motivos de debates e "intrigas". De um lado, grande parte do grupo da situação, ao invés de falar das políticas públicas urgentes que o município precisa, preferem especular quem será o sucessor da prefeita e contra quem irá disputar, ou seja, quem será o candidato das "oposições" (que formará a polarização). Do outro lado, a oposição se mantem mais reservada.

Como reflexo da política nacional, a atual administração é simpatizante da extrema-direita, tendo em vista o apoio em 2018 e em 2022, no segundo turno ao "mito". Já o grupo da oposição é de esquerda. Dessa forma, mesmo que a comunidade e os eleitores não tenham consciência disso, estão diante de uma luta de classes. 

São modus operandi já conhecidos da população, que diante das reclamações ainda não experimentaram a "terceira via". Mas, os rumores políticos se resumem em: política pártidária em detrimento das políticas públicas. E, no cenário atual, quais as políticas públicas ou quais áreas urgem uma solução eficiente e eficaz? São as de sempre: saúde, educação e assistência social.

Na saúde, além das deficiências relatadas pelo controle social, principal no manejo dos recursos, vem agora o reincidente "fechamento do plantão noturno". Pois é, não é a primeira vez que isso acontece na terra de Arthur Bispo do Rosário (que é mais famoso).

Na educação, além dos problemas estruturais das escolas e da educação como um todo, temos a crise que passou por todas as três gestões da atual prefeita: o corte sazonal e/ou temporário do transporte escolar universitário. Pasmem, foi promessa de campanha "ampliar" o referido transporte. 

E na assistência social, o fim dos programas sociais como o cartão da gente e de "tradições" como a entrega do peixe da semana santa. Mas, isso é fichinha diante da falta de suporte aos mais necessitados, além de não ter uma política de incentivo à geração de emprego e renda para cobrir a deficiência da gestão pública. São mais de três meses sem cesta básica em uma comunidade carente.

Observe que não citamos os problemas na infraestrutura, na cultura, nem nas prestações de contas e transparência da gestão pública. Nem também citamos a inoperância do poder legislativo em cobrar, legislar e fiscalizar o poder executivo. Temos muitas leis caducas e leis que simplesmente são ignoradas.

Mas, o que é mais importante, as políticas públicas ou a política partidária? Interessa a quem que a sucessão eleitoral e a disputa política sejam discutidas já agora, no pós pleito de governadores, deputados, senadores e presidente da republica? Interessa a quem está no poder e nele quer se perpetuar.

Não vamos falar da oposição, pois, esta não está no poder. Tem defeitos? Claro, ninguém é perfeito. Até porque a oposição em Japaratuba não é atuante no sentido de se opor politicamente à situação, mas, tem a força política necessária para arrastar multidões e fazer frente a uma eleição disputadíssima na terra do índio Japaratuba.

Mas, e os nomes, quais correm a boca miúda e nas redes sociais, no zap-zap? Da situação temos quatro nomes principais, o do Presidente da Câmara, Valdir Neguinho, por ter sido o vereador mais votado, o ex-prefeito Hélio Sobral, o secretário de obras Décio Neto e a filha do ex-comerciante Zé Alves, a Clecinha, a qual acrescentaram a alcunha política "de Lara", associando-a assim à principal liderança da situação em vista de ter conqusitado três mandatos e estar impossibilitada de concorrer por já ser reeleita.

E a oposição? Primeiro, falou-se em "união da oposição" o que dá a entender que estavam desunidas. Mas, a verdade é que sempre foi assim, as oposições se unem num grupo coeso e forte para enfrentar o grupo antagônico. E na oposição temos dois nomes fortes e que demonstraram força política em 2020, mesmo não tendo vencido aquele pleito. Rui e Sizi ou vice-versa estão amadurecendo o projeto que vem como alternativa a tirar do poder o modus operandi típico da gestão atual.

Jornais, programas e formadores de opinião já estão atentos a essa especulação que está estamapada na mente dos "aliados" da situação e de seus correligionários. O resultado das eleições de 2022 é sempre usado como referencial, mas, agora é a hora de abrir espaço para os estrelismos e ver quem cai na graça da população. Como diz o malandro: Abra do olho!

E você, o que acha? Vamos futucar?

segunda-feira, 20 de março de 2023

16 ANOS SEM MARIA DE SOUZA CAMPOS (DONA)

Em 20 de Março de 2007, Japaratuba se despedia daquela que dedicou sua vida a educação. Dona do Maracatu, Dona do Grupo de Dona, que as mães diziam: "...do portão pra fora (da escola) eu sou a mãe, do portão pra dentro a mãe é a senhora...!" E assim, surgia uma geração típica de jovens que se formaram sobre a lei do "bendito, pirão e sola".

Além de cantar os hinos da igreja e passar lições sobre educação cívica, ensinava os hinos de Japaratuba, da bandeira e o nacional. Sempre tinha ações de manutenção da saúde como o popular "bochecho" que servia para fortalecer os dentes. 

Dona também foi ativa no incentivo à inclusão religiosa com a participação efetiva da escola nas atividades religiosas da paróquia da cidade. E sempre valorizou o desfile cívico como forma de demonstração do amor à patria e a educação.

Maria de Souza Campos, mais conhecida como Dona,  nasceu em 3 de julho de 1919, no município de Capela, localizado na área do Agreste Sergipano, microrregião do Cotinguiba, cuja principal fonte econômica era o cultivo da cana. Filha do pedreiro Aurélio de Souza Campos e da bordadeira Maria José de Souza Campos, família simples e humilde. Dessa forma matriculou a filha no Grupo Escolar Coelho e Campos, um dos primeiros a ser instalado no interior sergipano.

A vinda de Dona para Japaratuba foi devido o medo das críticas, pois, um dia conheceu um jovem de nome Francisco, o popular Franco, por quem se apaixonou, sendo que em uma festa, quando estava distraída, ele lhe roubou um beijo, coisa muito séria na época. Por isso fugiu para Japaratuba, onde se casou e foi morar na Fazenda Camarões, enfrentando várias dificuldades para sobrevivência e dedicando-se a várias atividades: plantio na roça, ordenha, corte de capim, lavagem e colocação de goma em roupas de famílias, aceitando sem vaidade qualquer tipo de trabalho.

Além de atuar no magistério, Dona se revelou uma ativista social e cultural, chegando a ensinar às mulheres bordados e costuras e, contribuiu para o incentivo à criação e apresentação de grupos folclóricos. O mais famoso é o Maracatu.

Fonte: Acervo pessoal da professora/Autoria desconhecida

Somente em 2006, foi que a Escola Municipal Marechal Ademar de Queiroz  recebeu o nome de Escola Municipal “Professora Maria de Souza Campos”, como forma de reconhecimento e merecida homenagem a professora e primeira diretora, profissional que dedicou sua vida à educação do povo e cultivo das manifestções culturais. Naquele ano, a escola passou por um processo de reforma e ampliação para melhor atender a clientela escolar e os desafios que se faz a um ensino de qualidade.

No mês seguinte ao falecimento de Dona, na 11ª edição do Festival de Poesia Falada, foi dado ao prêmio o nome da professora como forma de homenagem. Recentemente, em 2019, no ano em que Dona completou 100 anos, com a instalação da Academia de Letras, Artes e Ciências, a mesma adotou o título de "Casa de Dona", como reconhecimento ao seu trabalho em diversos setores da vida intelectual e cultural de Japaratuba.