Como diz um lugar-comum, "é público e notório" que a aprovação do Ano Cultural Mestre Gibras deu fôlego novo aos fazedores de cultura de Japaratuba. Gilberto foi o intelectual partidário sem partido. Paradoxal, não acha? Pois é, isso quer dizer que ele sabia equilibrar sua militância política com as amizades e com as pessoas em geral. Foi pai do controle social, da cultura e dos jovens artistas e aspirantes as artes em geral.
Gibras além de ser um dos fundadores do Conselho Municipal de Políticas Culturais - CMPC, foi fomentador e incentivador cultural. Incentivou artistas locais a participarem do festival de poesias, mesmo diante das controvérsias em relação ao formato (cênico) que deixava muitos poetas insatisfeitos com os resultados.
A criação de projetos de difusão cultural como o Poetas em Foco, Ajamusa (Associação Japaratubense de Músicos e Afins), publicação de antologia de poetas japaratubenses, formação de um grupo de artistas, dentre outros. E ainda tinham os eventos mais reservados como os saraus e os bate-papos regados a vinho e tira-gostos.
Em 2014, a movimentação cultural teve um grande impulso após a publicação do primeiro livro do escritor japaratubense Flávio Hora, chegando a criar a primeira editora da cidade e publicar o seu segundo livro, seguido por Gibras que publicou Reminiscencias e por Jota Erre que publicou Oceano de Ilusões, todos pela editora JHS Publicações.
Os poetas Jota Erre e Flávio Hora participaram da IV Bienal do Livro de Itabaiana em 2017, Gibras participou em 2019, da quinta edição já com suas duas obras publicadas.
Outra movimentação do setor literário foi o movimento pró academia, iniciados por Claudomir Tavares, Liu Poetisa, Flávio Hora e Périclys Rocha, este último Secretário de Cultura de Japaratuba, culminando com a instalação da Academia de Letras, Artes e Ciências em 2019.
Em todos esses movimentos e eventos, Gibras sempre foi de fundamental importância, não só por ser poeta e escritor, mas, pela seu amor à poesia e a cultura, sendo condecorado posteriormente como membro imortal da academia. Com o seu falecimento em 2022, os artistas e fazedores resolveram homenagear o Mestre com o movimento Pró Gibras pedindo a instituição do ano cultural.
Diante de tudo isso que Japaratuba viveu e muito mais fatos não citados aqui é que os artistas e intelectuais viram uma oportunidade de resgatar os anos culturais e manter viva a memória do pai dos conselhos e da cultura contemporânea de Japaratuba.
Ativistas e artistas como Everton da Capoeira está otimista com a nova realidade cultural, ele se destaca no maculelê e na capoeira. Já o ativista Bomfim da Capoeira também está conectado com o ano cultural, propondo ações de destaque da vida e obra de Gibras, como: Bloco Afro Cultural VIVA GILBERTO, Rua da Arte, Poesia e Cultura VIVA GILBERTO.
Outros setores estão se movimentando para tornar de fato e de direito uma entidade representativa que garanta políticas públicas como a Lei dos Mestres e que valorize a cultura e todos os folcloristas e brincantes.
E tem novidades sobre a gestão de Cultura. O CMPC realizará dia 12 de Janeiro de 2023 um novo Fórum Municipal de Cultura, pois o coletivo da última reunião extraordinária decidiu cancelar o fórum realizado no último dia 22 de Dezembro.
2023 promete muitos frutos. E você, já está ansioso pra ver? Vamos futucar?
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