sexta-feira, 16 de outubro de 2020

ENTREVISTA: Vânia Lima fala sobre política e empreendedorismo


Foto: divulgação

A nossa entrevistada dessa semana é Vânia Lima, tem 42 anos, formada em Pedagogia e Segurança no Trabalho. Foi conselheira tutelar por 8 anos, já trabalhou em quiosque, e hoje é empreendedora, busca uma vaga no legislativo, e aproveitou para bater um papo com o blog. 

1. Sua formação superior é em Pedagogia. Qual a sua opinião sobre a qualidade da educação em Japaratuba? O poder público prioriza a educação?

A educação de nosso município é regular. A atual gestão também não investe prioritariamente no social. Porém, a educação é o alicerce do futuro. Acredito que deveria haver mais cursos profissionalizantes para os jovens, bem como mais oportunidades de estágio, onde a qualificação seria uma fonte de renda posteriormente. 

2. Sua entrada na militância política teve início com as participações no conselho tutelar ou tiveram outros momentos? Qual a sua visão sobre a política partidária em Japaratuba?

Entrei na política através de convite de amigos. Nunca tive interesse, mas este ano despertou a curiosidade da política partidária. 

3. Nas eleições para conselheira tutelar, qual a semelhança com as eleições municipais? Você concorda que o uso do poder econômico pode influenciar no voto?

Sim, existe uma grande diferença. Quando houve a eleição do conselho, era uma disputa amigável, onde os votos eram obtidos por amizade, ou por acreditar em um bom trabalho. . 

4. Você fala que já trabalhou em quiosque. Quais as oportunidades ou dificuldades de quem enfrenta o mercado de trabalho em uma cidade como Japaratuba, sem campo efetivo de trabalho?

Falta capacitação, orientação. Trazendo cursos e políticas públicas voltadas para o comércio local.

5. Hoje você é empreendedora. Quais os incentivos recebidos para a tomada da decisão? Se tem, já teve acesso a alguma política pública do município sobre o desenvolvimento econômico e apoio aos empreendedores?

Do município não há um incentivo para os comerciantes. Sou empreendedora, e tenho incentivo dos microcréditos.

6. Você já ouviu falar em Empreendedorismo Social (que visa criar benefícios para a sociedade e não somente o lucro)? Em Japaratuba, tem como tratar algum problema social que está desassistido pelo poder público? Qual e como?

Deveria investir mais ainda no projeto das casas de taipa. Pois ainda é visto algumas casas, onde prejudicam a saúde da comunidade.

7. Qual a sua avaliação sobre a gestão atual nos quesitos: saúde, assistência social e geração de emprego e renda??

A saúde é regular, mas ainda precisa trazer mais algumas especialidades para atender a população, bem como aumentar a quantidade de medicações para que não haja falta na farmácia municipal.  No quesito social, disponibilizar maior número de quantidade de casas para a população carente.  Quanto a geração de emprego, deveria haver cursos profissionalizantes, para posteriormente gerar renda.

8. Sobre a sua adesão ao antigo PPS, hoje Cidadania. Qual a sua avaliação sobre a recepção da comunidade em relação à proposta de uma nova política? 

Nunca aderi ao PPS, mas agora me filiei ao Cidadania. Um partido limpo, onde não há compra de voto, que precisa inovar em um novo conceito de política. 

9. Sua candidatura é para o legislativo. Algumas pessoas questionam a atuação dos vereadores. Afinal, temos um parlamento atuante ou nossos vereadores não representam os anseios da população?

O vereador frente à câmara deve representar os eleitores e à comunidade, legislar, fiscalizar o dinheiro público, e fazer assessoria. Ouvindo melhor os anseios da comunidade, e buscando meios de solucionar os problemas. 

10. Como candidata a Vereadora, qual a oportunidade do povo de Japaratuba renovar a Câmara de Vereadores com a sua eleição ou de algum outro candidato do Cidadania, já que se trata de um partido que prega a união de todos?

A política brasileira é voltada ao capitalismo. Onde acontece a compra do voto, o que prejudica inovar o legislativo.

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

PERSEGUIÇÃO POLÍTICA: Autoritarismo e censura intelectual

Foto: assédio moral e perseguição política


Perseguição Política nada mais é do que a imposição, por Abuso de Poder, feita por gestores públicos contra os servidores que não se alinham e que não compactuam com suas ações desmedidas de politicagem para que sirva de exemplo aos demais, com a intenção de "calar a boca" de todos, criando assim um  sistema opressor nos moldes do  “manda quem pode e obedece quem tem juízo”.


Geralmente, a perseguição começa quando nossas opiniões desagradam os que estão no poder, principalmente, os  "Padrinhos"  que  indicou alguém para determinado Cargo Comissionado. Isso, na esfera político-administrativa. Já no tocante à população existem o medo de represália ou de opressão através da rede de atendimento ao cidadão que é uma obrigação do poder público e não uma retribuição pelo voto ou pelo levantamento da bandeira do político que está no mandato.

A população carente que já conhece o ruim, tem medo do pior. Esse sentimento acaba por silenciar muitas vezes a sua vontade de mudança e de declarar apoio aos movimentos sociais ou grupos que se opõem aos governos opressores. A perseguição política passa a ser um meio de demonstrar poder político e econômico, intimidando o cidadão e fazendo-o acreditar que só conseguirá alguma coisa do poder público se for aliado ou fechar os olhos para os desmandos dos gestores públicos.

O poder e o dinheiro acabam tornando muitas pessoas dependentes e com isso fazem da política partidária um meio de vida, defendendo a qualquer custo sua posição política passando a abusar do poder, tratar mal quem não simpatiza com seu grupo político e por estar infelizes querem que os outros também sejam.

O amor ao poder prevalece sobre os princípios morais e por isso valorizam quem tem poder, mesmo que tenham que ser coniventes com injustiças e pecados. Assim, ao invés de criarem políticas públicas de incentivo e melhoria da vida do trabalhador, se preocupam com medidas punitivas para os seus subordinados e para quem se declare "oposição".

Alguns casos de perseguição são resolvidos através de barganha política, outros via judicial e em casos extremos a prisão, demissão ou morte dos adversários. Isso foi visto nos três principais golpes da história: Estado Novo (1937-1945),  Ditadura Civil-Militar (1964-1984) e o Golpe de 2016. 

A perseguição é oriunda da falta de respeito pelo ser humano. Muitos acabam se achando super inteligentes e super poderosos ao ponto de se transformarem em seres frios e sem emoção. Na campanha são uns "amores" e no cargo são carrancudos e mal humorados.





Isso sem falar na censura intelectual, pois, muitas vezes os podres da politicagem são expostos por pessoas esclarecidas e com conhecimento de causa sobre a gestão pública e o uso dos recursos públicos, por isso, o medo e a autocensura estão se tornando cada vez mais presentes na comunidade intelectual brasileira por conta da reação de possíveis clientes, leitores ou fãs que são apoiadores do anti-intelectualismo bolsonarista.

Mas, em fim, o que de fato nos interessa é defender  nossa capacidade de pensar, de criticar e de ajudar no modelamento de bases civilizatórias para nossa sociedade para que a mesma não venha a desenvolver e a parir os monstros que querem devorar nossos sonhos e o nosso futuro. 

Leia e comentem. 

sábado, 10 de outubro de 2020

ENTREVISTA: Professora Anjinha fala sobre a esquerda e o apoio ao Cidadania

Foto: perfil nas redes sociais

Ângela Maria Silva, ou simplesmente Anjinha, nasceu em Japaratuba, aos 13 anos migrou para São Paulo em busca de trabalho. Morou 5 anos em Mossoró/RN, onde cursou a graduação em Matemática, em 2003 retornou para Japaratuba, em 2004 ingressou via concurso público  nas redes municipal e estadual de ensino e em 2008 iniciou sua participação na politica local.

Professora e militante política, Anjinha é a quarta entrevistada do blog, Confira as 10 principais perguntas dessa conversa.

Entrevista

1. Como professora e política de destaque em Japaratuba, qual o diagnóstico atual da educação em nosso município? O que está dando certo e o que precisa melhorar?

Política de destaque é bondade sua, sou apenas mais uma sonhadora que acredita em dias melhores e em uma política pautada na honestidade! Como disse Darcy Ribeiro, "A crise da educação no Brasil não é uma crise; é projeto". É triste, mas, essa frase continua atual e em nosso município não é diferente. Enquanto o verdadeiro dono da escola pública, que é o povo, não se apropriar dela, valorizando-a, participando ativamente, cumprindo os seus deveres e exigindo os seus direitos, os avanços continuarão a passos lentos. Por aqui ainda precisamos de melhores estruturas físicas, mais valorização dos profissionais da educação, ampliar o tempo de permanência e diversificar o ensino conforme está previsto nos planos nacional e municipal de educação, por outro lado temos um bom quadro de profissionais que apesar das dificuldades vem conseguindo melhorar os índices de desempenho nas avaliações externas!

2. Você já foi aliada da atual gestão. De que forma o rompimento abriu caminhos para a mudança no cenário político em Japaratuba?

Não sei  se consegui influenciar alguém  com a  minha saída de um grupo tradicional para  uma terceira via e não para a oposição habitual, mas, além da minha insatisfação com a forma tradicional de fazer política do grupo que  fazia parte, despertar esse desejo de mudança em outras pessoas também foi uma motivação para minha decisão! Eu  fui influenciada pelos companheiros do PSOL que tiveram essa iniciativa antes de mim e espero que tenha influenciado alguém. A  tarefa é  árdua mas não impossível! A semente  foi plantada  e os frutos começam a  aparecer. No pleito desse ano já surgiu o CIDADANIA e certamente outros virão,  como costuma dizer a minha mãe,  devagar também se chega longe! 

3. Sobre a ida para o PSOL, a que a senhora atribui a falta de adesão da população aos partidos de extrema esquerda e as chamadas terceiras vias?

Então, como disse, mudar o cenário político do nosso município não é  uma  tarefa fácil. Somos herdeiros de séculos de dominação, e algumas práticas já estão enraizadas, o município não se desenvolveu o suficiente para proporcionar independência financeira à maioria da população e esse é, sem dúvida, o  fator que mais  contribui para que o poder econômico continue dominando a politica local. Só a educação pode transformar essa cultura! 

4. Nas redes sociais há uma grande movimentação de debates e apresentação de temas relativos à fiscalização dos gastos públicos. A população demonstra mais sede de justiça e luta contra a corrupção?

Sim, acredito que aos poucos, as  pessoas vêm se conscientizando de que  a corrupção é o grande  mal que precisa  ser combatido e as redes sociais sem dúvida têm  desempenhado  um importante  papel nessa mudança  de comportamento!

5. Qual foi a diferença das suas candidaturas a vereadora pela direita e pela esquerda? Houve influência do poder econômico no sentido de inviabilizar um possível mandato da esquerda?

Com certeza, ser candidato em um grupo consolidado e economicamente forte faz diferença. A diferença apareceu nos votos rsrs. Infelizmente a maioria dos eleitores não são criteriosos na escolha  dos vereadores, muitos  são influenciados pela escolha do cargo majoritário, até porque existem muitos equívocos por parte do eleitor quanto à verdadeira função de um vereador! 

6. Sobre sua gestão como diretora do Colégio Rabelo Leite, quais os problemas enfrentados, as vitórias alcançadas e o quais as melhorias que precisam ser feitas atualmente?

Os maiores problemas foram os entraves causados pela dependência politica, uma vez que o cargo em nosso município é de livre nomeação do gestor, mas, para mim foi uma experiência gratificante, pois,  conseguimos organizar a escola, unir a equipe, avançamos no IDEB, mas, considero que o nosso maior feito foi conseguir envolver a comunidade e despertar nesta o sentimento  de pertencimento, amenizando assim o preconceito histórico que a escola sofria! Atualmente a  aparência física teve uma melhorada, a quadra foi coberta, mas, infelizmente alguns velhos problemas, como a climatização das salas não foram sanados, este inclusive foi agravado por uma escolha mal feita pela atual gestão que decidiu substituir janelas por cobrogós com minúsculos orifícios, aumentando ainda mais a temperatura das salas! 

7. Em relação ao Controle Social, a gestão atual tem sido receptiva sobre o acesso a documentos e ações que são de competência do conselho em que a senhora atua?

Infelizmente na gestão atual,  o conselho do qual faço parte há 7 anos, o conselho de alimentação escolar (CAE), não tem atuado como deveria. Desde o início da gestão o conselho já teve várias formações e não vejo por parte da gestão muito interesse no bom funcionamento do mesmo! 

8. Sobre os parlamentares do nosso município, há uma representação apenas de direito e não de fato? Os vereadores estão cumprindo seu papel?

Ainda precisamos melhorar muito nesse aspecto. Geralmente só atuam de fato quando  estão na oposição e ainda de forma pouco efetiva! 

9. Sobre o apoio do PSOL ao PT em Japaratuba, qual a proposta de mudança para Japaratuba e a reafirmação dos ideais da esquerda numa possível nova administração?

Nesse pleito, por causa da pandemia, não estou participando como militante política, apenas como eleitora, mas, historicamente os ideais de sociedade do PT e do PSOL sempre foram parecidos, e a união é justamente com o objetivo de fortalecer a esquerda e a esperança é consolidar um governo democrático que seja capaz de atender os principais anseios da população! 

10. Esse ano a senhora não lançou pré-candidatura, mas, demonstra sua liderança política através da defesa da esquerda em Japaratuba. Por que não lançou candidatura e qual a mensagem sobre o apoio ao grupo do Cidadania?

A decisão de não lançar  meu nome nesse pleito foi motivada pela pandemia. Sou do grupo de risco, por isso preferi me resguardar!  Ainda adolescente me interessei pela política porque é ela quem pode promover transformações em nossas vidas, assim, mesmo não sendo candidata, acho importante continuar engajada na luta e vejo no pessoal do CIDADANIA o broto da semente que fora lançada lá atrás por pessoas abnegadas como seu Gilberto que também foi para mim uma inspiração  e a mensagem que deixo para  eles, é  que sigam em frente de cabeça erguida pois aqueles que têm  coragem de correr atrás dos seus sonhos  já são  vencedores!  


Leiam e comentem.