OS FILMES PORNÔS
Ora, bem nos primórdios da era digital, mesmo assim ainda havia as fitas cassetes, chegou certo colega de infância de Kevin com uma novidade, um DVD Player e mais de vinte filmes de sexo.
Reunira-se numa casa velha, afastada das outras uns cinquenta metros e reviraram as noites para dar conta de assistir a novidade recém-chegada de São Paulo. E aglomeram-se todo o bairro.
E a casa era de taipa ou pau-a-pique como queiram chamar e tinham buracos nas paredes. E por ser o mais velho, o rapaz proibiu qualquer safadeza entre os espectadores.
Porém, a novidade começou a excitar os jovens de tal modo que arrodeavam a casa a espiar o filme pelos buracos e aproveitar o escuro para se masturbarem.
E então, sempre após os primeiros trinta minutos de filmes começavam uma masturbação em massa, onde alguns casais se ausentavam para transar entre as plantas e bananeiras que existiam por ali.
Para aliviar as tensões, sugeriram que alternassem filmes de ação ou comédia romântica com os de sexo. O que gerou a adesão de menores e de transeuntes ao redor da casa como se ali fosse um cinema ou uma festividade.
Começaram a levar bebidas, lanches e outras iguarias, o que mais tarde, após quase um mês de filmes, resolveram parar para evitar conflitos com a polícia que começou a fazer bascolejo na localidade.
(F. J. Hora, em A Flor do Maracujá e Outros Contos, página 81.)
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