Esse é um espaço para a publicação dos poemas pensadoristas da obra CANTOS ORIGINAIS I de F. J. Hora.
CANTO I
Em busca do eu
O corpo em mim deseja
Mas, o espírito está frustrado
E assim olho para o meu estado
E vejo o que em mim sobeja,
É um sentimento desumano
Uma busca intensa, precaução
Enquanto o corpo vive a ilusão
O espírito cai logo em desengano.
Tão perplexo fico e com medo
De mergulhar no desconhecido
Um mundo aparente escondido
Obscuro e cheio de segredo,
São os problemas da alma
Mas, ainda quem me acalma
É ver a luz do dia logo cedo
Porque vejo a vida renascer
Um novo dia ali surgir
E o que me dá mais prazer
É com a natureza interagir.
Um súbito desejo sai da carne
Pela carne que ardente vejo
Tão intenso querendo devorar
E o espírito então, no ensejo,
Sente a essência palpitar
Pelo olhar, pelo jeito,
Que venha a lhe completar
E logo a ilusão carnal
Cai por terra sem satisfação
Desejando tão grande emoção
Da força viril e animal.
Logo eu que tanto prezo
O amor verdadeiro, único,
Para todo o sempre, eterno,
Sinto-me invadir a paixão natural
E os sonhos de uma vida
Parecerem coisa anormal
Sem sentido o mundo meu
Vejo o destino fatal
Da busca eterna pelo eu.
Este poema também foi publicado em: http://carlarivera.blogspot.com/.
COMENTÁRIOS
1. Segundo o poeta, o que é que o incomoda gerando essa crise de identidade?
2. O que o autor quis dizer com ver a luz do dia logo cedo?
3. Na terceira estrofe o eu-poético diz lutar contra a força viril e animal. Por quê?
4. O que torna fatal a busca da identidade?
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