CANTO III
Da virgindade
Ser virgem, pura ou coisa parecida
Está mais no espírito que na carne
Como se fosse um mal, mas, não é
Não está no hímem, está na mulher
Que não sabe o que é maldade.
O mundo é machista
Assim pensa macho e fêmea
Numa só veia naturalista
E por mas que eu desminta
Criticando com a norma feminista
A mulher aceita, mais que a morte
E mesmo procurando a sensibilidade
Dá mais valor à virilidade
E à lei do mais forte.
Daí que prefiro a virgem
Que só terá por comparação
Um só corpo, uma só carne,
Um só homem, um só espírito
No seu estado de conjugação
Que se casa por amor
Ou por sexo ou por convenção.
A virgindade é um critério
É um estado de autenticação
Da vida em sua plenitude
Do amor, virtude e contemplação;
É um dom natural do ser
Que a mulher e o homem têm
Como chave para os seus destinos
Tanto para o mal como para o bem.
Ser virgem é não ter
A carne em sofrimento eterno
Da luta entre os dois planos
Da nossa alma, do nosso ser.
Perde-a quem se descobre
E abre-se para o prazer,
Não a perde quem descobre
A união correta com outro ser.
A virgindade é um tesouro
Para a riqueza da vida
De ações puras e desinteressadas
Que sem virgindade não há
Ou mesmo que haja
Raras mulheres, homens
Que abominam a lei do mais forte
Em favor da vida fraternal
Unida em leito conjugal.
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