Gilberto dos Santos fala sobre luta social e arte em Japaratuba
Gilberto dos Santos é hoje uma referência em coerência na luta e correta implantação das políticas públicas, sempre atuante nas sessões da Câmara de Vereadores. É poeta e adepto da ideologia socialista, além de incentivador dos jovens como esperança de um futuro melhor!
A ENTREVISTA
1. O senhor é chamado de Mestre pelos seus admiradores, como o senhor encara essa responsabilidade perante os mais jovens?
Gilberto Santos (GS): como um aprendizado constante (ping-pong).
2. Apesar de ser poeta, o senhor se destaca na luta social. Como o senhor vê a situação não só da nossa cidade, mas do nosso país em relação à mobilização social e ao interesse das pessoas em reivindicar seus direitos?
GS: a cidadania perpassa pela efetiva mobilização da comunidade em busca do controle social – lembra: “unidos somos fortes!”.
3. Quais soluções o senhor apontaria para a inércia do povo em relação à luta social e conquistas de mais direitos como donos do poder?
GS: todas as soluções estão diretamente ligadas à nossa frequente e intermitente interação com a comunidade – vamos futucar/cutucar?
4. Como já foi dito, o senhor é poeta. Quando surgiu a poesia em sua vida e, por que a escolha desse estilo?
GS: cremos que ainda não atingimos o “ser poeta” – através da Profª Maria de Souza Campos/DONA que nos instigou a declamar os primeiros sonetos.
5. O senhor, na sua experiência, pode dizer que tem estilo próprio de escrita?
GS: não – imaginamos trafegar em algumas estradas.
6. Como adquiriu gosto pela leitura e quais os autores que mais lhe influenciaram?
GS: antes de conhecer as primeiras frases costumávamos recolher pedaços de jornais, livros velhos, panfletos e tentávamos soletrar como nos ensinara os amigos da rua; construímos o gosto de ler com a Profª DONA que nos apresentou ALENCAR “O Guarany”, MACHADO “Dom Casmurro” e CAMILO CASTELO BRANCO “Amor de Perdição” (nossas primeiras influencias).
7. O senhor tem algum processo para escrever? Qual a sua fonte de inspiração?
GS: vamos escrevendo conforme o momento e sempre nos inspiramos nas coisas, espaços e personas da nossa comunidade e das comunidades por onde passamos.
8. Qual a sua opinião sobre a classe poética só ter como válvula de escape um Festival de Poesia Falada e sobre a formatação do evento?
GS: pena que os espaços são diminutos – bom que nos foi dado esse pequeno espaço; cabe a nós a ampliação e formatação, criando novos espaços como Sociedade Civil Organizada (somos e temos uma classe?)
9. O senhor concorda que o Concurso de Poesias de Japaratuba, na verdade, é uma extensão do teatro e não essencialmente a poesia?
GS: não essencialmente – o “cenário e a forma teatral” foram os itens básicos desde o primeiro festival; certamente não temos um Concurso de Poesias, mas, um Festival que precisa ser reformulado no seu chamamento (Edital), recepção, triagem e julgamento.
10. Na edição desse ano, o senhor foi condecorado com o título do Prêmio do Festival de Poesias de Japaratuba. Como o senhor encarou essa homenagem sem nunca ter vencido uma edição e seu trabalho não ter sido classificado para o evento no ano passado?
GS: agradecido pela lembrança e instigado a participar mais, sem ter como objetivo principal vencer o concurso e/ou receber premio.
11. Como o senhor vê a internet, em particular as redes sociais, como forma de divulgação? Essa informatização é um obstáculo para o incentivo à leitura?
GS: não acreditamos nessa possibilidade – as redes sociais são meios de condução à boa leitura, assim como o são o cinema, circo e o cordel.
12. Quais os seus projetos no campo artístico, nesse caso, a literatura?
GS: ainda temos como meta publicar alguns dos nossos escritos, esperamos neste final de ano – quem sabe em editora local?
13. O que o senhor acha da participação do poder público na difusão cultural?
GS: lembrando: “pessoas com conhecimento impedem gestores e legisladores de continuar a saga – corrupto/corruptor”.
14. E sobre a difusão do livro, pode-se dizer que nossa cidade, estado ou país tem incentivo ou condições de produzir, editar, publicar e comercializar seus trabalhos?
GS: O Estado, nos três âmbitos, dispõe de condições – falta consenso!
15. E a cultura nacional, que futuro o senhor prevê?
GS: um grande e brilhante futuro com as iniciativas Publico-Privadas, a descentralização do saber publico com atividades básicas/secundárias (cordelistas e afins) e as instâncias do controle social (fóruns, seminários, conferencias e conselho).