Desde criança que ouço falar sobre a volta do mundo. Eu pensava que era a forma arredondada do planeta, mas, ainda não estava satisfeito. Minha mãe dizia: "Você não sabe a volta do mundo quanto custa!'.
De lá para cá venho acompanhando a volta do mundo, grande, cheio de caminhos, arrodeios, atalhos. A estrada era longa e cheia de pedras. Eu não estava preparado para enfrentar a realidade, as minhas fantasias não supriam a minhas necessidades, o universo que eu criei precisava de superação.
O meu mundo batia de frente com um mundo que eu via, mas não conhecia. Eu li a poesia de Camões e a de Augusto dos Anjos e um busca intensa nasceu dentro de mim. Eu já escrevia minha arte e precisava optar algum caminho, unir as voltas do mundo com as da vida. Isso me parece impossível.
Eu componho as letras, mas não tenho a melodia. Quando eu digo sim, muitas vezes, o mundo diz não! E para minha surpresa, esse mundo é do tamanho da minha casa e habitado por minha família.
Foi ai que eu compreendi o que ela queria dizer. A mim, o que me resta, pois, ainda tenho esperança, é esperar o mundo dar as voltas necessárias para eu encontrar o verdadeiro mundo... é ai que eu começo a cantar... a melodia dos outros e não a minha.
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