sexta-feira, 12 de setembro de 2025

2 anos sem Jailson do Pífano


Jailson e seu amigo Vasso


Jailson da Hora Santos, mais conhecido como Jailson do Pífano ou Jailson de Encruzilhadas, expirou na noite do dia 12 de Setembro de 2023 quando passou mal em sus residência. Foram quase 60 anos dedicados à música e mais de 40 anos dedicados ao comércio. 

Relembre a biografia desse grande artista.

Jailson da Hora Santos (Japaratuba-SE, 21 de Outubro de 1956 - 12 de Setembro de 2023) foi um músico, compositor, comerciante, agricultor e político brasileiro. Nasceu no povoado Encruzilhadas, filhos dos também agricultores Aguinaldo Pereira dos Santos e Josefa da Hora de Jesus. É pai do escritor Flávio Hora.

Jailson viveu praticamente toda a infância em sua terra natal e desde os 8 anos de idade começou a trabalhar na roça para ajudar no sustento da família e já no início da juventude participava de novenas e festas da comunidade como tocador de pífanos, tradição herdada de tios e do avô materno, Seu Dóia ( apelido de Manoel da Hora de Jesus). Foi jogador de futebol do time de Encruzilhadas, foi líder sindical e apoiou diversos movimentos sociais.

No início da idade adulta viajou para São Paulo para trabalhar e honrar seus compromissos, em 1979. Antes disso, participou da histórica "Última Novena do Possão", no dia 13 de Dezembro de 1978, na casa de José Matilde, mais conhecido como Zé dos Possões, ex-vereador de Japaratuba.

Em 1985, estabeleceu-se em Encruzilhadas como principal comerciante. Em 1993, passou a residir também na sede do município, vindo a se instalar no bairro Rodagem vivendo do comércio, criando assim em 2001 sua empresa "JHS" que perdurou de 1993 até 2007.

Em 2004, candidatou-se a vereador pelo PTC, com o número 36113, adotando o nome de Jailson de Encruzilhadas, repetindo a candidatura em 2008 já pelo PSDC com o número 27555. Em ambos os pleitos não obteve êxito nas urnas, preferiu deixar a vida pública como ativista política, participando apenas nos bastidores como liderança local. Um dos seus principais objetivos era a criação de um "Centro de Atendimento ao Cidadão".

Em Fevereiro de 2005, com a crise do comércio em Japaratuba, mudou a loja para o povoado Várzea-Verde, onde manteve-se até o final de 2008. Nesse período, alugou um prédio no vizinho povoado Sibalde e manteve-se pessoalmente com a atividade comercial até o final de 2009, quando em 2010 sofrendo nova crise no mercado empresarial, no dia 17 de Abril de 2010 adentrou o MST - Movimento dos Sem Terra.

No MST foi líder de grupo mantendo influência por conta do conhecimento adquirido sobre a luta dos trabalhadores rurais e pela experiência com o trato da terra.

Depois de mais de um ano no MST, Jailson retornou ao povoado Várzea-Verde, reabrindo sua loja em uma área estreita, um "corredor" da sua recém aquisição de uma pequena área de terra na localidade. Logo depois, construiu uma estrutura maior que perdura até hoje. No final de 2015 passou por um tratamento médico de mais de 36 dias.  

Jailson foi considerado um divisor de águas no desenvolvimento da região, impulsionando a economia local e fomentando a geração de emprego e entusiasmando pessoas a voltarem  ao povoado pois agora já "tinham onde comprar as coisas".  Com isso, se firmou como comerciante desde 1985 até a sua morte, em Setembro de 2023.

Leia a biografia completa.

Condenação de Bolsonaro: Não foi só por tentativa de golpe de Estado

Foto: Sergio Lima / AFP


A condenação de Jair Bolsonaro e mais sete por trama golpista é um evento que marca uma nova fase na democracia brasileira. A história do Brasil é marcada por sucessivos golpes, a forma imperialista da classe dominante se manter no poder. Mas, diferente do que estão repercutindo na mídia, a condenção não foi só por "Golpe de Estado" e sim uma série de crimes que impactam diretamente com a democracia. 

A história está repleta de outras tentativas de golpe de estado, muitas delas fracassadas. Segundo Rui Costa Pimenta do PCO, há um plano da burguesia para tirar o ex-presidente da corrida eleitoral para abrir espaço para um candidato que atenda aos interesses do capital, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Assim como  a classe dominante "permitiu" a eleição de Lula, agora está permitindo a prisão de Bolsonaro. 

É importante frisar que em meio a esse processo criminal no Brasil, o capital financeiro e internacional estão preparando um "golpe maior" contra os direitos sociais e a  soberania nacional. Eventos como o tarifaço de Tump e o a denúncia de trama golpista contra o ex-presidente reforçam a necessidade de fortalecimento da democracia brasileira. O povo brasileiro precisa se alertar para essa situação.

Claro que a ascenção da extrema direita ao poder em 2018 trouxe um mal para o Brasil: a libertação dos desejos íntimos do "pobre de direita" e de uma classe média ressentida com as novas escaladas da esquerda. Mas, afinal, quais os crimes cometidos pelo ex-presidente e mais sete?

  • organização criminosa armada;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • dano qualificado pela violência e ameaça grave (com exceção de Ramagem); e
  • deterioração de patrimônio tombado (também com exceção de Ramagem).
Recentemente, outro presidenciável bastante popular passou 580 dias na prisão, numa operação que até hoje divide a opinião pública entre os que acreditam ter sido a continuação do golpe de 2016 que derrubou a ex-presidente Dilma Roussef e os que acreditam que houve crime cometido pelo atual presidente da república.

Infelizmente, a opinião pública da extrema direita, principalmente das classes menos esclarecidas, se resumem a dois fatores antipetismo e antiesquerdismo e ao bolsonarismo (que não significa exclusivamente em votar e/ou apoiar o ex-presidente Bolsonaro). Já na esquerda ou centro-esquerda precisa de mais informações para o enfrentamento das notícias falsas em torno dos ideiais do espectro e das ações do governo.

Enfim, a condenação do capitão reformado aumenta a sua popularidade ou o enterra politicamente? No capitalismo onde as convenções do capital é quem ditam as regras, a prisão de um líder de esquerda tem mais repercussão negativa do que de um líder de extrema direita, infelizmente. Mas, uma coisa é certa, o discurso de anticorrupção bolsonarista é uma falácia. 

No dia 11 de setembro de 2025, a primeira turma do STF condenou a uma pena de 27 anos e três meses, em regime inicial fechado, para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista.