domingo, 30 de julho de 2017

AS MÚSICAS ATUAIS E AS MENSAGENS DISTORCIDAS.

musica

Ouvindo o reggae bem cantado pelo cantor Edson Gomes (Cachoeira, Bahia, 3 de julho de 1955), encontrei a música que traduz a realidade brasileira, e, ao mesmo tempo, chama a atenção para a juventude que está “perdida” e para o “amor que os cantores cantam” que é uma ilusão, ou seja, está destruindo a família, pois, o conceito está distorcido.

As músicas atuais pregam o amor como uma grande “sofrência”, termo que viralizou e se tornou a “filosofia” de um povo sem rumo, frutos do consumismo e da indústria cultural.


Segue abaixo uma das melhores músicas que refletem sobre essa realidade.

edson-gomes

TRAUMAS

Edson Gomes


O amor foi a pedra que faltou no alicerce da nação

Esse amor és a pedra que sobrou nessa nossa construção

E o amor que os cantores cantam

Não junta a família

Não soma,não junta a família uo uo uo


Filhos e filhas contraindo traumas

Sexo e drogas, fama e dinheiro

Assunto principal

Sexo e drogas, fama e dinheiro

Notícias do jornal


Juventude toda perdida

Uma juventude mal dirigida

E mesmo protegido pela polícia

Nós não estamos livres da violência

A juventude toda perdida

Uma juventude mal concebida


Mesmo protegidos pela polícia

Nós não estamos livres da violência

Que não soma, nem junta uma família

Não soma, não junta, a família


ANÁLISE DO TEXTO


“O amor foi a pedra que faltou no alicerce da nação”

O Amor – sentimento espiritual de quem ama, quer bem, suporta a felicidade do outro, é caridoso. A natureza intrínseca de Deus. Diferente da paixão, que é um sentiment carnal de desejo pelo outro.


“E o amor que os cantores cantam

Não junta a família”

O amor que os cantores cantam é atração física, paixão, excessos da carne, não traz bem estar, mas, leva aos vícios e pecados. Como diz a música, causa traumas. A “sofrencia” é um produto capitalista, para vender shows, bebidas e fortalecer o comércio de ilusões.


“Sexo e drogas, fama e dinheiro

Assunto principal

Sexo e drogas, fama e dinheiro

Notícias do jornal”

Apesar da repressão de outrora, esse assunto era tratado como tabu, mas, mesmo após a quebra de símbolos e dos “bons costumes”, esses assuntos foram enfaztizados de tal forma que o ser humano ficou dividido entre o amor e o ódio, radicalizando tudo, perdendo o equilíbrio em nome de uma igualdade desleal.


“Juventude toda perdida

Uma juventude mal dirigida”

Essa distorção de conceitos levou à desorientação dos jovens atuais, a seguirem o que os vendedores de ilusão querem que o aspirantes a adultos responsáveis consumam.


“Mesmo protegidos pela polícia

Nós não estamos livres da violência”

Como consequência de tudo isso, a violência é uma realidade. Os traumas sociais revelam jovens acomodados, que sofrem calado e fazem justiça com as próprias mãos, que não querem estudar, que são contra as roupas sociais, as músicas clássicas e a poesia lírica.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

MASSILON SILVA: Do jornalismo à poesia - entrevista com um poeta e contador de histórias.

WhatsApp Image 2017-07-16 at 21.51.32Massilon Silva


Sergipe é um estado rico em cultura e poesia, e o nordeste é berço de grandes poetas populares. O chamado cordel é hoje uma das marcas da poesia sergipana e tem revelado grandes artistas como Massilon Silva, um alagoano que adotou Sergipe como morada a mais de 20 anos.


SONETO


Ao morrer que me deixem ser levado

Em pomposo cortejo, que evolui

Entre cânticos solenes entoados,

Qual soberano egípcio (que não fui).


Depositem meu corpo inanimado

Num sarcófago envolto em ouro e prata,

E por companheiros, bem ao lado,

O wisk e o cigarro de Sinatra.


Sob um manto de estrelas radiosas

E ao som de melodias eloquentes,

Habitarei entre jardins em Nínive


Adornado com pétalas de rosas

Embriagar-me-ei eternamente

De amor das mulheres que não tive.

                                                     

                                             Massilon Silva



SOBRE O AUTOR


Massilon Ferreira da Silva, natural de Pão de Açúcar, Alagoas, onde nasceu aos 06 de março de 1954.

Formado em Direito pela Faculdade de Direito de Maceió - FADIMA, estudou também Observação Meteorológica de Superfície - SUDENE/OMM, Curso Básico de Jornalismo - Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas e Teologia (não concluído ) - Faculdade ALFA, Aracaju.

Atuou como corresponde do Jornal de Alagoas, Jornal de Hoje e Desafio, todos de Maceió/AL.

Participou das antologias Tempo Definido e outras , da Editora Scortecci, São Paulo e da coletânea Aperitivo Poético, Aracaju/SE.


Confira a entrevista:


1. Como descobriu a poesia em sua vida?

Massilon Silva: Ainda na escola, no antigo Ginásio. Eu tinha um bom professor de português, que fazia questão de mostrar poesia para os alunos. Ele tinha prazer em ensinar a gente contar sílabas poéticas. Fui gostando e caí na estrada.

2. Apesar do contato com a poesia, já chegou a escrever em prosa?

Massilon Silva: Sim. Uma rápida passagem pelo jornalismo me levou para esse lado. Tenho muita coisa pronta, aguardando publicação.

3. A crônica é um texto literário originário do jornais. Qual tipo textual você aproveitou do jornalismo?

Massilon Silva: Eu gosto de contar histórias (curtas, é claro) do cotidiano, em linguagem direta.

4. Você se identifica com algum estilo literário, ou tem alguma técnica para escrever? Qual sua fonte de inspiração?

Massilon Silva: A inspiração depende do momento.  A gente pode escrever sobre um tema atual, sobre situações pelas quais passamos ou presenciamos, ou simplesmente imaginar e passar para o papel, aí já descampando para a ficção propriamente dita.

5. Sobre a divulgação do seu trabalho, há alguma dificuldade para publicar seus textos?

Massilon Silva: A maior dificuldade encontrada é mesmo a financeira.

6. As redes sociais tem sido uma válvula de escape para a divulgação. Você acha seguro publicar na internet?

Massilon Silva: Eu sou meio avesso à internet. Gosto mesmo é do impresso; do cheirinho de livro novo.

7. Sobre a leitura em nosso estado. Há incentivo para a produção e publicação de livros?

Massilon Silva: Não transito por essa área. Conheço poucas pessoas envolvidas, portanto não tenho como opinar.

8. E sobre a produção poética no Brasil Contemporâneo. Há bons autores? Alguma revelação?

Massilon Silva: Não tenho lido.

9. Quais seus prêmios, publicações, projetos ou algo relevante na área literária?

Massilon Silva: O único concurso de que participei foi de um aqui em Aracaju, Acho que era Aperitivo Poético. Fui classificado. Publiquei poemas e contos em duas Antologias da Editora Scortecci e algumas poesias em jornais. Pouca coisa. Pretendo retomar este ano, se tudo der certo.

10. Como você avalia o futuro da literatura e da produção cultural no Brasil?

Massilon Silva: As perspectivas são animadoras. Pelo que sei tem muito mais gente lendo.