Um Poeta Chamado “Poesia”
F. J. Hora
No espelho da minha alma
Vi o reflexos de alguns versos
E prosas tão ardentes
Descrevendo e revelando os mistérios
Das minhas musas eloquentes.
Inspiração que vem de dentro
Que carimba, marca, assombra
E coloca a amada no mais alto pedestal
Apaixonado no vigor do momento
Amando mais do que o normal.
Minha alma embebida pela pena
Que as palavras já me denunciam
Antes que a leitura chegue ao fim
Já pressente que a obra irradia
O cantar do poeta “Poesia”!
- O PATRONO DO FESTIVAL, de Japaratuba
GARCIA ROSA
Texto e poemas extraídos da obra:
Fontes de Alencar
ANOTAÇÕES DE POESIA
no Centenário da
REVISTA AMERICANA (1909-1919)
Brasília: Thesaurus, 2010.
ISBN 978-85-7062-925-8
SONHAR
Razão! Por mais que tu, mofando rias
Da loucura sem par dos meus castelos,
Vale mais do que as tuas zombarias
A alegria imortal de concebê-los.
Em pensamentos vãos e em vãs porfias
De amor, sempre conforme aos meus anelos,
Vão-se-me os dissabores, vão-se os dias,
Desabrocham-me n'alma os sonhos belos
Quem sonha cria um mundo a seu talante...
Gele-me o peito a dúvida exaustiva
Ou ruja torva a cólera espumante,
Salva-me o sonho e o espírito me aviva,
Como se anima o trôpego viandante
Ao fulgor da miragem fugitiva.
SAUDADE
Tudo passou: a lágrima vertida
Em torvas horas de mortal desgosto,
Como a fina volúpia não sabida
De quem nunca beijou tão meigo rosto.
O falso agrado, a confissão fingida,
O juramento vão de que é composto
O tredo amor de uma alma fementida,
Tudo passou, quais nuvens ao sol-posto.
Tudo passou; porém dentro em meu peito,
Urna sagrada desse amor outrora,
Hoje sepulcro deste amor desfeito.
Nem tudo ainda se extinguiu, Senhora...
Ouve-se sempre singular, perfeito,
O requiem triste que a saudade chora.
Esses dois sonetos de Garcia Rosa (1877-1960), sergipano de Japaratuba, a Revista Americana, aquela que vicejou ao tempo em que o Barão do Rio Branco dirigia a Diplomacia brasileira, os estampou no vol. XIII, em 1915, o mesmo ano em que estudo de Jackson de Figueiredo a respeito do poeta foi publicado na Capital da República. Antes, pois, de editada a Lyrica de Garcia Rosa, recolhida pelo ensaísta (Rio: Anuário do Brasil, 1921).
O exegeta mencionado disse falha a crítica que pusera o poeta entre parnasianos e simbolistas.
“em verdade, Garcia Rosa é sobretudo um lírico perfeito...O lirismo é a poesia de todos os movimentos mais espontâneos do coração, e por isso também tem sido de todos os grandes poetas da humanidade.” Fontes de Alencar
AMÁLIA
Se tenho amado?Ouvi: era ideal, morena,
De olhos fenomenais, chispando como estrelas...
Veio a tísica e enfim ma disputou sem pena,
Nem me deixando ao luto as negras tranças belas.
Amália se chamava a lânguida açucena
Que partiu para o além, como partem as velas,
Desdobradas do mar na vastidão serenata,
Tão tristonhas e só que até faz pena vê-las.
Quando Amália morreu a cântaros chovia;
E as lágrimas do céu e mais as que eu vertia
Eram poucas talvez para tão grande amor...
Não sei se inda a verei; não sei se o céu existe...
Para a turva consciência emocional do triste,
Toda a noção do real se lhe restringe à dor.
Página publicada em maio de 2010
O Festival de Poesia Falada que surgiu de um
trabalho feito pelo professor Jorge Marcelo em sala de aula nas aulas
de Português para incentivar aos alunos a ler e escrever, foi
transformado por Pedro da Cultura em algo mais amplo que virou
tradição.
PREMIAÇÃO DE 2010
1º lugar – Súplica Ardente dos Degredados Filhos de Maria – autoria de
João Batista (foto) e interpretação de Jadson Rocha – R$ 1.000,00
(Japaratuba)
2º lugar - Renascer para Recomeçar – autoria de José Edson – R$ 800,00 (Estância)
3º lugar – Mas de Poeta e de Louco – autoria Périclys da Rocha – R$ 700,00 (Japaratuba)
4º lugar – Inquietude - autoria de Tarciso Ramos – R$ 600,00 (Estância)
5º lugar – Eu sou José – autoria de José Pereira – R$ 500,00 (Japaratuba)
Melhor Intérprete – Jadson Rocha – R$ 300,00
Melhor Produção Cênica – João Batista – R$ 300,00
Júri Popular – foi para Pérycles da Rocha, autor de “Mas de Poeta e de Louco” - R$ 400,00
PREMIAÇÃO DE 2011
Trágico reccoro antes do fim da humanidade" venceu em todas as categorias
I- Texto Poético:
1º Lugar: Trágico reccorro antes do fim da humanidade - Péricles Rocha (Japaratuba/SE)
2º Lugar: Operário em desconstrução - Ivilmar dos Santos Gonçalves (Lagarto/SE)
3º Lugar: Labaredas de um naufrágio - Tarcizio Ramos (Estância/SE)
II - Melhor Intérprete:
1º Périclys Rocha - Trágico reccoro do fim da humanidade.
III - Melhor Cenário:
1º Trágico reccoro do fim da humanidade
IV - Juri Popular:
1º Trágico reccoro do fim da humanidade
PREMIAÇÃO DE 2012
5º LUGAR: REINVENÇÃO (Estância);
4º LUGAR: DE PAI PARA FILHO: Desde 1912...;
3º LUGAR: RENTE À PELE, A LUZ DA LUA;
2º LUGAR: ÚLTIMO LAMENTO;
1º LUGAR: VIDA SEM HOLOFOTES... ÚLTIMO ESPETÁCULO
MELHOR CENÁRIO: VIDA SEM HOLOFOTES... ÚLTIMO ESPETÁCULO
INTERPRETAÇÃO: ÚLTIMO LAMENTO (Jadson)
JÚRI POPULAR: VIDA SEM HOLOFOTES... ÚLTIMO ESPETÁCULO
- OUTROS FESTIVAIS Tal João, tal Garcia - vida de poeta (ou de festivais...)
CHEQUE SEM FUNDO: Poetas não receberam prêmio do Concurso de Poesia Falada de Propriá
2012-03-02 21:01
Péricles Rocha, terceiro colocado, reclama
que até o momento não recebeu o prêmio em dinheiro pela colocação
obtida no Concurso de Poesia Falada João Fernandes de Britto
Realizado
em 25 de janeiro de 2012, o Concurso de Poesia Falada de Propriá
homenageou o poeta João Fernandes de Britto, que em 2010, caso estivesse
vivo, teria completado 100 anos. “Passados exatos 37 dias, os poetas e
poemas classificados na ordem que cabia premiação, ainda não receberam
os valores a que tinham direito”, reclama o japaratubense Péricles da
Rocha Santos, que interpretando o poema de sua autoria, “Lucidez de um
Palhaço” obteve a terceira colocação.
“Os valores são insignificantes, digamos simbólicos, mas até a
prefeitura fica colocando dificuldade que os vencedores terão que levar
este e aquele documento, quando outras prefeituras, como Japaratuba, pagam em espécime tão logo anuncia o resultado ainda no recital poético”,
reclama o poeta Pedro dos Santos, pai de Péricles, vencedor do Concurso
de Poesia Falada de Propriá em 2005 e 2006. “Naquelas edições recebi os
valores ainda no palco”, completa Pedro da Cultura, como é conhecido.
Contatado pela nossa equipe, o professor Alberto Amorim, secretário
municipal de Cultura, tranqüilizou aos poetas assegurando que “entre
segunda e terça-feira a Prefeitura estará efetuando o pagamento”,
completou. Pelo jeito, o cheque simbólico entregue pelo prefeito José
Américo Lima (foto) durante o recital poético, estava literalmente sem
fundo.
por Claudomir Tavares |