sábado, 7 de abril de 2012

JAPARATUBA: VERSOS E REVERSOS

Modernas Técnicas de Administração, foi um livro que eu ganhei do meu pai, em 2000. Um ano cheio de novidades. Fim de século, diga-se de passagem. Foi quando comecei a descobrir, em plenos 14 anos, que tudo de novo que eu via era apenas o reflexo de um passado onde o belo deu lugar ao moderno e, o correto e moralmente aceito passou a ser o politicamente imposto e utópico.
A tradição, tão marcante na identidade da nossa gente se transformou numa estratégia de marketing dos donos da cidade. Os pensamentos rudes e ignorantes do carrancismo dos nossos antepassados deflagaram uma juventude acomodada, desregrada e sem educação (de berço...)!
Como no livro que eu li, onde o vírus do computador era a arma secreta da organização que impunham seus escudos (antivírus) para uma geração esbabacada diante dos deuses do novo século (danças, moda, telvisão, computador, etc.). A lei do morde e assopra.
Assistimos inertes aos gladiadores desse novo tempo, pregando a autodestruição e a depravação, seja na ciência ou na arte. O que é bom hoje, amanhã é ruim e vice-versa: um dos absurdos dessa modernidade!





PRAÇA DA MATRIZ DE JAPARATUBA - DÉCADA DE 60 
Fonte: Eduardo Cabral.


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve), as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E, enfim, converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.

Luís de Camões