quarta-feira, 4 de novembro de 2020

A inércia e as consequências da submissão do poder legislativo

 


O poder econômico e a barganha política criaram um "defeito" na nossa sociedade e na classe política: a inércia ( ou a falta de "movimento") dos legisladores para com os seus reais papéis: legislar, fiscalizar (o secretários e prefeito) , sugerir e representar (o povo)

Junto com essa inércia vem a submissão ao executivo, deixando de fiscalizar o prefeito e de representar o povo para dar sustentação ao governo municipal, legislando em causa própria e afastando o povo do controle social. Isso, geralmente, ocorre com os vereadores governistas. Mas, que podem mudar os papéis quando situação passa para oposição e vice-versa. 

Em ano eleitoral começam as articulações partidárias e busca por eleitores, muita gente gosta de aparecer na foto. E dar aquele sorriso espontâneo abraçado com a população. Parece peça de teatro encenada a cada quatro anos. 

Durante a campanha eleitoral fala-se numa "governabilidade" ou maioria no parlamento municipal intimidando a oposição e dando força política ao gestor criando a chamada "turma do amém". E esse discurso é absorvido pelos simpatizantes como uma verdade absoluta e uma necessidade vital, pois, a disputa acirrada e a rivalidade entre os grupos políticos geralmente inviabilizam as gestões caso a maioria seja da oposição. 

Do contrário, as maiorias acabam por aprovar medidas impopulares como a "taxa" de iluminação pública em Japaratuba e seus líderes ostentam a sua força política em detrimento da vontade popular e do controle social.

A fidelidade ou lealdade de um parlamentar ao executivo aumentam as relações de poder social entre grupos dominantes e subordinados, criando uma redoma para as minorias, geralmente carentes de educação, saúde e assistência social. 

A falta de representatividade enfraquece as classes estudantis, artísticas e culturais. Na parte cultural, muitos se aproveitam para se promover sem dar o devido suporte aos grupos folclóricos e demais fazedores de cultura. E na parte estudantil, deixam os estudantes à mercê da "boa vontade" dos gestores que se escondem das suas obrigações, mas, prometem em período eleitoral cuidar dessas classes.

E para finalizar vem a parte mais vergonhosa dessa empreitada que são as negociações de cargos e vantagens com o executivo -  a parte podre da barganha política, onde os aliados são retribuídos sem nenhum mérito técnico e sem nenhum interesse com a causa pública, além de  encobrir as irregularidades do executivo em nome da lealdade e da tática de grupo.

Os eleitores devem pesar isso tudo na hora do voto, afinal, mesmo sem nos representar eles são nossos representantes e suas ações reproduzem a expressão da nossa vontade. 

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

ENTREVISTA: Vânia Lima fala sobre política e empreendedorismo


Foto: divulgação

A nossa entrevistada dessa semana é Vânia Lima, tem 42 anos, formada em Pedagogia e Segurança no Trabalho. Foi conselheira tutelar por 8 anos, já trabalhou em quiosque, e hoje é empreendedora, busca uma vaga no legislativo, e aproveitou para bater um papo com o blog. 

1. Sua formação superior é em Pedagogia. Qual a sua opinião sobre a qualidade da educação em Japaratuba? O poder público prioriza a educação?

A educação de nosso município é regular. A atual gestão também não investe prioritariamente no social. Porém, a educação é o alicerce do futuro. Acredito que deveria haver mais cursos profissionalizantes para os jovens, bem como mais oportunidades de estágio, onde a qualificação seria uma fonte de renda posteriormente. 

2. Sua entrada na militância política teve início com as participações no conselho tutelar ou tiveram outros momentos? Qual a sua visão sobre a política partidária em Japaratuba?

Entrei na política através de convite de amigos. Nunca tive interesse, mas este ano despertou a curiosidade da política partidária. 

3. Nas eleições para conselheira tutelar, qual a semelhança com as eleições municipais? Você concorda que o uso do poder econômico pode influenciar no voto?

Sim, existe uma grande diferença. Quando houve a eleição do conselho, era uma disputa amigável, onde os votos eram obtidos por amizade, ou por acreditar em um bom trabalho. . 

4. Você fala que já trabalhou em quiosque. Quais as oportunidades ou dificuldades de quem enfrenta o mercado de trabalho em uma cidade como Japaratuba, sem campo efetivo de trabalho?

Falta capacitação, orientação. Trazendo cursos e políticas públicas voltadas para o comércio local.

5. Hoje você é empreendedora. Quais os incentivos recebidos para a tomada da decisão? Se tem, já teve acesso a alguma política pública do município sobre o desenvolvimento econômico e apoio aos empreendedores?

Do município não há um incentivo para os comerciantes. Sou empreendedora, e tenho incentivo dos microcréditos.

6. Você já ouviu falar em Empreendedorismo Social (que visa criar benefícios para a sociedade e não somente o lucro)? Em Japaratuba, tem como tratar algum problema social que está desassistido pelo poder público? Qual e como?

Deveria investir mais ainda no projeto das casas de taipa. Pois ainda é visto algumas casas, onde prejudicam a saúde da comunidade.

7. Qual a sua avaliação sobre a gestão atual nos quesitos: saúde, assistência social e geração de emprego e renda??

A saúde é regular, mas ainda precisa trazer mais algumas especialidades para atender a população, bem como aumentar a quantidade de medicações para que não haja falta na farmácia municipal.  No quesito social, disponibilizar maior número de quantidade de casas para a população carente.  Quanto a geração de emprego, deveria haver cursos profissionalizantes, para posteriormente gerar renda.

8. Sobre a sua adesão ao antigo PPS, hoje Cidadania. Qual a sua avaliação sobre a recepção da comunidade em relação à proposta de uma nova política? 

Nunca aderi ao PPS, mas agora me filiei ao Cidadania. Um partido limpo, onde não há compra de voto, que precisa inovar em um novo conceito de política. 

9. Sua candidatura é para o legislativo. Algumas pessoas questionam a atuação dos vereadores. Afinal, temos um parlamento atuante ou nossos vereadores não representam os anseios da população?

O vereador frente à câmara deve representar os eleitores e à comunidade, legislar, fiscalizar o dinheiro público, e fazer assessoria. Ouvindo melhor os anseios da comunidade, e buscando meios de solucionar os problemas. 

10. Como candidata a Vereadora, qual a oportunidade do povo de Japaratuba renovar a Câmara de Vereadores com a sua eleição ou de algum outro candidato do Cidadania, já que se trata de um partido que prega a união de todos?

A política brasileira é voltada ao capitalismo. Onde acontece a compra do voto, o que prejudica inovar o legislativo.

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

PERSEGUIÇÃO POLÍTICA: Autoritarismo e censura intelectual

Foto: assédio moral e perseguição política


Perseguição Política nada mais é do que a imposição, por Abuso de Poder, feita por gestores públicos contra os servidores que não se alinham e que não compactuam com suas ações desmedidas de politicagem para que sirva de exemplo aos demais, com a intenção de "calar a boca" de todos, criando assim um  sistema opressor nos moldes do  “manda quem pode e obedece quem tem juízo”.


Geralmente, a perseguição começa quando nossas opiniões desagradam os que estão no poder, principalmente, os  "Padrinhos"  que  indicou alguém para determinado Cargo Comissionado. Isso, na esfera político-administrativa. Já no tocante à população existem o medo de represália ou de opressão através da rede de atendimento ao cidadão que é uma obrigação do poder público e não uma retribuição pelo voto ou pelo levantamento da bandeira do político que está no mandato.

A população carente que já conhece o ruim, tem medo do pior. Esse sentimento acaba por silenciar muitas vezes a sua vontade de mudança e de declarar apoio aos movimentos sociais ou grupos que se opõem aos governos opressores. A perseguição política passa a ser um meio de demonstrar poder político e econômico, intimidando o cidadão e fazendo-o acreditar que só conseguirá alguma coisa do poder público se for aliado ou fechar os olhos para os desmandos dos gestores públicos.

O poder e o dinheiro acabam tornando muitas pessoas dependentes e com isso fazem da política partidária um meio de vida, defendendo a qualquer custo sua posição política passando a abusar do poder, tratar mal quem não simpatiza com seu grupo político e por estar infelizes querem que os outros também sejam.

O amor ao poder prevalece sobre os princípios morais e por isso valorizam quem tem poder, mesmo que tenham que ser coniventes com injustiças e pecados. Assim, ao invés de criarem políticas públicas de incentivo e melhoria da vida do trabalhador, se preocupam com medidas punitivas para os seus subordinados e para quem se declare "oposição".

Alguns casos de perseguição são resolvidos através de barganha política, outros via judicial e em casos extremos a prisão, demissão ou morte dos adversários. Isso foi visto nos três principais golpes da história: Estado Novo (1937-1945),  Ditadura Civil-Militar (1964-1984) e o Golpe de 2016. 

A perseguição é oriunda da falta de respeito pelo ser humano. Muitos acabam se achando super inteligentes e super poderosos ao ponto de se transformarem em seres frios e sem emoção. Na campanha são uns "amores" e no cargo são carrancudos e mal humorados.





Isso sem falar na censura intelectual, pois, muitas vezes os podres da politicagem são expostos por pessoas esclarecidas e com conhecimento de causa sobre a gestão pública e o uso dos recursos públicos, por isso, o medo e a autocensura estão se tornando cada vez mais presentes na comunidade intelectual brasileira por conta da reação de possíveis clientes, leitores ou fãs que são apoiadores do anti-intelectualismo bolsonarista.

Mas, em fim, o que de fato nos interessa é defender  nossa capacidade de pensar, de criticar e de ajudar no modelamento de bases civilizatórias para nossa sociedade para que a mesma não venha a desenvolver e a parir os monstros que querem devorar nossos sonhos e o nosso futuro. 

Leia e comentem. 

sábado, 10 de outubro de 2020

ENTREVISTA: Professora Anjinha fala sobre a esquerda e o apoio ao Cidadania

Foto: perfil nas redes sociais

Ângela Maria Silva, ou simplesmente Anjinha, nasceu em Japaratuba, aos 13 anos migrou para São Paulo em busca de trabalho. Morou 5 anos em Mossoró/RN, onde cursou a graduação em Matemática, em 2003 retornou para Japaratuba, em 2004 ingressou via concurso público  nas redes municipal e estadual de ensino e em 2008 iniciou sua participação na politica local.

Professora e militante política, Anjinha é a quarta entrevistada do blog, Confira as 10 principais perguntas dessa conversa.

Entrevista

1. Como professora e política de destaque em Japaratuba, qual o diagnóstico atual da educação em nosso município? O que está dando certo e o que precisa melhorar?

Política de destaque é bondade sua, sou apenas mais uma sonhadora que acredita em dias melhores e em uma política pautada na honestidade! Como disse Darcy Ribeiro, "A crise da educação no Brasil não é uma crise; é projeto". É triste, mas, essa frase continua atual e em nosso município não é diferente. Enquanto o verdadeiro dono da escola pública, que é o povo, não se apropriar dela, valorizando-a, participando ativamente, cumprindo os seus deveres e exigindo os seus direitos, os avanços continuarão a passos lentos. Por aqui ainda precisamos de melhores estruturas físicas, mais valorização dos profissionais da educação, ampliar o tempo de permanência e diversificar o ensino conforme está previsto nos planos nacional e municipal de educação, por outro lado temos um bom quadro de profissionais que apesar das dificuldades vem conseguindo melhorar os índices de desempenho nas avaliações externas!

2. Você já foi aliada da atual gestão. De que forma o rompimento abriu caminhos para a mudança no cenário político em Japaratuba?

Não sei  se consegui influenciar alguém  com a  minha saída de um grupo tradicional para  uma terceira via e não para a oposição habitual, mas, além da minha insatisfação com a forma tradicional de fazer política do grupo que  fazia parte, despertar esse desejo de mudança em outras pessoas também foi uma motivação para minha decisão! Eu  fui influenciada pelos companheiros do PSOL que tiveram essa iniciativa antes de mim e espero que tenha influenciado alguém. A  tarefa é  árdua mas não impossível! A semente  foi plantada  e os frutos começam a  aparecer. No pleito desse ano já surgiu o CIDADANIA e certamente outros virão,  como costuma dizer a minha mãe,  devagar também se chega longe! 

3. Sobre a ida para o PSOL, a que a senhora atribui a falta de adesão da população aos partidos de extrema esquerda e as chamadas terceiras vias?

Então, como disse, mudar o cenário político do nosso município não é  uma  tarefa fácil. Somos herdeiros de séculos de dominação, e algumas práticas já estão enraizadas, o município não se desenvolveu o suficiente para proporcionar independência financeira à maioria da população e esse é, sem dúvida, o  fator que mais  contribui para que o poder econômico continue dominando a politica local. Só a educação pode transformar essa cultura! 

4. Nas redes sociais há uma grande movimentação de debates e apresentação de temas relativos à fiscalização dos gastos públicos. A população demonstra mais sede de justiça e luta contra a corrupção?

Sim, acredito que aos poucos, as  pessoas vêm se conscientizando de que  a corrupção é o grande  mal que precisa  ser combatido e as redes sociais sem dúvida têm  desempenhado  um importante  papel nessa mudança  de comportamento!

5. Qual foi a diferença das suas candidaturas a vereadora pela direita e pela esquerda? Houve influência do poder econômico no sentido de inviabilizar um possível mandato da esquerda?

Com certeza, ser candidato em um grupo consolidado e economicamente forte faz diferença. A diferença apareceu nos votos rsrs. Infelizmente a maioria dos eleitores não são criteriosos na escolha  dos vereadores, muitos  são influenciados pela escolha do cargo majoritário, até porque existem muitos equívocos por parte do eleitor quanto à verdadeira função de um vereador! 

6. Sobre sua gestão como diretora do Colégio Rabelo Leite, quais os problemas enfrentados, as vitórias alcançadas e o quais as melhorias que precisam ser feitas atualmente?

Os maiores problemas foram os entraves causados pela dependência politica, uma vez que o cargo em nosso município é de livre nomeação do gestor, mas, para mim foi uma experiência gratificante, pois,  conseguimos organizar a escola, unir a equipe, avançamos no IDEB, mas, considero que o nosso maior feito foi conseguir envolver a comunidade e despertar nesta o sentimento  de pertencimento, amenizando assim o preconceito histórico que a escola sofria! Atualmente a  aparência física teve uma melhorada, a quadra foi coberta, mas, infelizmente alguns velhos problemas, como a climatização das salas não foram sanados, este inclusive foi agravado por uma escolha mal feita pela atual gestão que decidiu substituir janelas por cobrogós com minúsculos orifícios, aumentando ainda mais a temperatura das salas! 

7. Em relação ao Controle Social, a gestão atual tem sido receptiva sobre o acesso a documentos e ações que são de competência do conselho em que a senhora atua?

Infelizmente na gestão atual,  o conselho do qual faço parte há 7 anos, o conselho de alimentação escolar (CAE), não tem atuado como deveria. Desde o início da gestão o conselho já teve várias formações e não vejo por parte da gestão muito interesse no bom funcionamento do mesmo! 

8. Sobre os parlamentares do nosso município, há uma representação apenas de direito e não de fato? Os vereadores estão cumprindo seu papel?

Ainda precisamos melhorar muito nesse aspecto. Geralmente só atuam de fato quando  estão na oposição e ainda de forma pouco efetiva! 

9. Sobre o apoio do PSOL ao PT em Japaratuba, qual a proposta de mudança para Japaratuba e a reafirmação dos ideais da esquerda numa possível nova administração?

Nesse pleito, por causa da pandemia, não estou participando como militante política, apenas como eleitora, mas, historicamente os ideais de sociedade do PT e do PSOL sempre foram parecidos, e a união é justamente com o objetivo de fortalecer a esquerda e a esperança é consolidar um governo democrático que seja capaz de atender os principais anseios da população! 

10. Esse ano a senhora não lançou pré-candidatura, mas, demonstra sua liderança política através da defesa da esquerda em Japaratuba. Por que não lançou candidatura e qual a mensagem sobre o apoio ao grupo do Cidadania?

A decisão de não lançar  meu nome nesse pleito foi motivada pela pandemia. Sou do grupo de risco, por isso preferi me resguardar!  Ainda adolescente me interessei pela política porque é ela quem pode promover transformações em nossas vidas, assim, mesmo não sendo candidata, acho importante continuar engajada na luta e vejo no pessoal do CIDADANIA o broto da semente que fora lançada lá atrás por pessoas abnegadas como seu Gilberto que também foi para mim uma inspiração  e a mensagem que deixo para  eles, é  que sigam em frente de cabeça erguida pois aqueles que têm  coragem de correr atrás dos seus sonhos  já são  vencedores!  


Leiam e comentem. 

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

BARGANHA POLÍTICA: O comércio de votos



No geral, barganha é o ato de trocar, de forma fraudulenta ou não, um objeto por outro, o que na política tem um tom comercial, sendo que essa troca se dá pela negociação de "vantagens" pessoais e no âmbito da publicidade, o que proporciona a chamada ascensão sócio-política. 

A discussão sobre a prática ser legal, porém imoral,  é uma longa luta contra a cultura do "jeitinho" brasileiro. A famosa "malandragem"!

O grande problema é que a sociedade acabou absorvendo a barganha como algo natural e necessário para um político ser eleito. A crença de que o período eleitoral é a hora de "lavar a jega", deixando-se iludir pelo imediatismo e entregar seu futuro ao acaso.

Muitos eleitores já até calculam o custo de uma campanha para se obter os votos proporcionais para vereador e, para o majoritário. 

A barganha política acaba gerando, principalmente no âmbito municipal, o clientelismo que é quando a prática de distribuir empregos, favores e outros benefícios aos seguidores em troca de apoio político gera o "idolatrismo" ou o "babismo", pelo menos enquanto é beneficiado. 

O clientelismo é uma forma do político se perpetuar no poder através do benefício aos seus grupos de sustentação, ou seja, aqueles que vendem seu voto para obter favores com uso da máquina pública. As palavras-chaves são recompensa, competência e fidelidade, ou o famoso rabo-preso.

A prática da Barganha tem dois momentos: antes e durante o mandato do político eleito e aqui nesse texto, iremos tomar como exemplo Japaratuba. Tentaremos responder a algumas perguntas:

Como se dá a barganha no processo eleitoral, sem o uso imediato da máquina pública?


Os candidatos que usam dessa prática, investem no "povo" como um economista investe na bolsa. Ou seja, o resultado não será a justiça social e sim o lucro ou benefício particular do político. Para isso, prometem o que não podem cumprir e compram votos com dinheiro (geralmente financiado ou apadrinhado) e outros bens materiais.

Supõem-se que os custos ou despesas de campanha serão ressarcidos ou compensados com os "acórdãos", negociatas e outros esquemas do chamado "toma lá dá cá" quando o político chegar ao poder.

A barganha no processo eleitoral com o uso da máquina pública?


O uso da máquina pública influencia as massas, em sua maioria, através da demonstração do poder econômico como o uso do dinheiro público - principalmente, as campanhas ostensivas com caro de som e "entregadores de santinho". O político com mandato consegue manobrar o sistema para adequar aos seus interesses, a chamada arrumação de casa, geralmente, é um aparelhamento administrativo da máquina pública. 

Muitos jovens encaram a entrega de santinhos como um primeiro emprego e acabam por credenciar o candidato como dono de "serviço prestado" em detrimento dos candidatos que só apresentam propostas e se opõem às práticas obsoletas da velha política.

Por isso, no processo eleitoral, a depender do nível de desinformação do povo e da popularidade do candidato, a máquina pública é usada para "beneficiar" e a reeleição é a promessa de continuidade desse "beneficiamento". 

Como funciona a barganha durante o mandato eletivo?


Para os não eleitos, vem a distribuição de "retribuições" com cargos e contratos. E caso alguém fique insatisfeito vem o "rompimento" com as críticas e em seguida o retorno para os braços da situação. Essa é a prática mais comum para os que tem como meta o pessoal em detrimento do coletivo. Com certeza o leitor já fez a lista de "cidadãos" que antes reclamavam e agora elogiam determinado gestor.

Afinal, por que a barganha é prejudicial para a sociedade?

Primeiro, porque exclui os mais carentes da distribuição de renda, aumentando a pobreza e a desigualdade social. O dinheiro que seria investido em educação, saúde e saneamento básico passa a ser usado como pagamento dos acordos e apoios políticos em troca de votos.

Segundo, porque considera apenas os "líderes" de partidos ou grupos formando um "círculo de vantagens", apassivando as massas que seguem ou apoiam determinado "agrupamento" político.

Em linguagem clara, a barganha serve para "conquistar votos" através da troca de favores ou vantagens dentro do uso e abuso da máquina pública. 

Quais os principais objeto de troca?


A curto prazo:

Pagamento ou "doação" de 

1. Materiais de construção;
2. Exames e cirurgias;
3. Receitas médicas;
4. Dinheiro.

A longo prazo:

1. Cargos;
2. Contratos;
3. Locações.
4. Etc.

Qual a propaganda dos adeptos à barganha para os que se opõem à tal prática? Dizem que é inveja! Mas, é fácil dizer isso com que se transforma em mercadoria e se põe a venda. Mas, quando a história  é com quem tem caráter e não se vende, a coisa muda de figura. 


Comentem, elogiem, azedem! 



sexta-feira, 25 de setembro de 2020

ENTREVISTA: Lealdo Melo fala sobre a militância jovem e política em Japaratuba

 

Imagem: divulgação


De forma descontraída e espontânea o blog bateu um papo com Lealdo Melo que além de Educador Social é político e através de sua postura questionadora nos concedeu alguns recortes do seu pensamento sobre a militância jovem e política em Japaratuba. 


Histórico

José Lealdo Santos Melo, ou simplesmente Lealdo Melo, nasceu no Povoado Pororoca, município de Japoatã. Mora em Japaratuba desde 1986, é filho de Maria José Santos (Carmozita) e José Melo. Fez o ensino fundamental no Grupo de Dona (1ª a 4ª serie) e na época Escola de 1º Grau Senador Gonçalo Rollemberg (5ª a 8ª série), Ensino Médio No José de Matos.

Fez parte do Grupo de Jovens JASF, foi Conselheiro Tutelar e hoje é Educador Social no município de Carmópolis.

Acredita que seu interesse por política surgiu por conta da fase como conselheiro tutelar, assim como o grupo de jovens também influenciou (apesar de não ser um grupo de política propriamente dito). Ainda fez parte do “Tô de Olho", depois "montamos" o Ação Participativa, foi no Ação que "decidimos" ingressar na vida politico partidária.

Confira as 10 principais perguntas desse papo com Lealdo Melo:

1. O seu nome começou a se destacar ou ter maior publicidade na sua fase de conselheiro tutelar. O processo de eleição e exercício do cargo mudou muito de lá para cá? Quais as dificuldades e as novas perspectivas?

Na época que me candidatei ao cargo de conselheiro tutelar, as dificuldades para conseguir se eleger já existiam, famílias mais influentes saiam em vantagem com relação aos demais, mas comparando aos dias de hoje a diferença é gritante. Quando concorri, a nossa desvantagem se dava apenas por não ter um transporte para buscar eleitores nos povoados, existia a influência político/partidária mas era bem irrisória.

2. Você já fez parte de diversos grupos e movimentos. Um deles foi o JASF. De que forma essa participação nesse grupo contribuição para sua personalidade atual?

Foi no JASF onde tive as primeiras oportunidades de estar com pessoas de várias classes, gêneros e opiniões de diferentes da minha, ainda tínhamos oportunidades de encontrar diversos jovens de diversas regiões do nosso estado e de estados vizinhos. Sem sombra de dúvidas o JASF ajudou muito em minha formação como pessoa.               

3. E o grupo de jovens, até que ponto podemos nos chamar de “jovens” e qual a importância de se reunir para debater os temas importantes sejam eles políticos ou não?

Atualmente estou com 44 anos mas não sinto o peso da idade, apenas vivo, e ser jovem é um estado de espírito, semelhante a estar mal ou bem, e como sempre estive em meio aos jovens e continuo, pois trabalho com crianças e adolescentes, certamente isso renova a minha juventude diariamente.

A reunião para discutir assuntos pertinentes aos nossos dias é de primordial importância, em um tempo onde o acesso à informação é muito fácil, só precisamos fazer com que as pessoas voltem a acreditar, pois a falta de interesse se dá por conta de quem lidera alguns grupos, pois estes o fazem por interesse particular e não coletivo.

4. O “Tô de olho” é uma página no Facebook onde seus editores publicam matérias relacionadas a fiscalização da coisa pública. Quando você fez parte, qual (is) o (s) critério para seleção das matérias?

Eu não fiz parte da fundação do grupo, cheguei a coisa já estava funcionando, as postagens não passavam por uma seleção, dependia do problema que aparecia  e quanto esse problema afetava a vida das pessoas, mas estávamos em evolução, várias reuniões aconteceram, inclusive chegamos a criar uma comissão para virarmos uma associação e ter mais peso em nossas ações, mas infelizmente não progrediu, o grupo foi descontinuado e depois formamos o “Cabacinha é Nossa” e na sequência o “Ação Participativa”.

5. Segundo você citou, o “Ação Participativa” foi a porta de entrada para a política partidária. Quais os desafios para os novos partidários em um “sistema político” desacreditado pela população, por conta de inúmeros casos e denúncias de corrupção?

O desafio é fazer com que as pessoas tenham vontade de querer fazer parte, e nesse contexto não podemos colocá-las apenas como vítimas, algumas vezes elas são cúmplices dos desmandos praticados por políticos corruptos. 

O Ação Participativa surgiu como uma forma de participar da vida política do município sem envolvimento partidário, e foi muito produtivo, ainda conseguimos alterar a lei orgânica do município que antes não permitia projetos de lei de iniciativa popular.

6. O seu ingresso na política foi já na oposição. Qual a sua avaliação sobre a gestão atual nos quesitos: educação, saúde, assistência social e geração de emprego e renda?

A gestão atual é uma sucessão de erros, e o fato de não fazer parte dela não quer dizer que não diria caso houvesse acertos, mas não existem projetos políticos que beneficiem a população, existe sim um projeto de perpetuação no poder. Sem querer traçar uma opinião pessimista, não vejo progresso em nenhuma das áreas que foram citadas acima, algo que salte aos olhos. 

7. Sobre a questão cultural. Existe uma gestão de cultura que de fato valoriza as tradições municipais ou apenas dá manutenção nas “festas” do povo?

Ainda não tivemos uma secretaria de cultura, temos uma secretaria para organizar festas, a questão cultural está muito distante da visão deles, muita coisa precisa ser revista, a exemplo do nosso festival de artes e o festival de poesia, ambos estão defasados, precisamos parar de criar coisas para inglês ver, as ações precisam ser voltadas para a melhoria e valorização das nossas manifestações, do que adianta dizer que somos celeiro da cultura, se as nossas tradições são lembradas apenas em um período do ano?

8. Em eleições municipais, principalmente em cidades do interior, há uma polêmica sobre o uso do poder econômico para influenciar no voto. Você concorda? 

Infelizmente concordo, pois realmente existe e já estamos vivenciando esse momento, mas aos poucos a população está criando consciência, e temos exemplos de pessoas que abusaram do poder econômico e não obtiveram êxito.

9. A fiscalização do uso dos recursos públicos tem sido uma espinha de garganta para a maioria dos políticos. Qual a sua opinião sobre a receptividade dos políticos e dos cidadãos em relação à divulgação dos documentos sobre o uso dos recursos públicos?

A receptividade negativa dos políticos com relação a divulgação desse documentos já é esperada, principalmente aqueles que não presam pelas boas práticas, mas soa mais frustrante quanto a receptividade dos cidadãos, pois estes deveriam abraçar a causa, se indignar, mas a grande maioria não buscam essas informações, e quando estas chegam até eles, não causam o impacto que deveria causar.

10. Como se deu a formação do grupo do Cidadania, partido que você preside em Japaratuba?

Nós éramos da REDE, mas o partido não conseguiu atingir a cláusula de desempenho, surgiu a ideia da fusão da REDE com o antigo PPS, hoje Cidadania, mas no final não deu certo essa fusão e a maioria das pessoas que eram da REDE aqui no estado,  migraram pra o Cidadania, daí acabamos indo também, mas, no nosso caso, demorou mais que a ida dos outros. Eu me tornei presidente por necessidade, pois o nosso grupo sempre foi pequeno, daí tinha que ser nós mesmo. Eu não gosto dessas formalidades que são atribuídas aos presidentes (risos).

11. Você é pré-candidato a vereador pelo Cidadania e esse partido tem incomodado muito os correligionários da situação, principalmente, nas redes sociais. Quais as novidades do novo grupo político e as perspectivas de mudança com uma possível eleição sua?

As novidades começam com a coesão que existe no grupo, não estamos candidatos para vencer a eleição a qualquer custo, a nós pouco importa quem seja o eleito, por isso em nossas falas não temos problemas em citar o nome do outro candidato e exaltar as suas qualidades e o aprendizado que vivenciamos com o outro no dia a dia, até porque o nosso projeto não é  momentâneo, ele é bem maior, a nossa ideia é trazer mais pessoas, e pessoas de boa índole e mudar a cara da política oligárquica que existe aqui. 

Quanto a uma possível eleição minha, farei aquilo que falta em nosso legislativo: ser um agente fiscalizador, sei que vão dizer que uma andorinha só não faz verão, mas faz barulho. 


Analisem, comentem, dê sua opinião!

sábado, 19 de setembro de 2020

ELEIÇÕES 2020: Quem é quem no ano da pandemia do coronavírus.



Com as convenções da última semana, os cenários se definem para o majoritário em Japaratuba. Estão pré-candidatos oficialmente:

Lara Moura, Rui Brandão e Dr. Paulo Afonso. 

Apesar da pandemia do novo corona vírus, teremos eleições municipais, desta vez, alterada para 15 de Novembro. 

2020 vem cheio de novidades, uma delas é a aliança do ex-prefeito Hélio Sobral com a atual prefeita Lara Moura. Vamos comentar sobre de cada um deles.

Lara Moura (PSC): atual prefeita (2017-2020), venceu em 2016  as eleições para o agora ex-prefeito Hélio Sobral (Japaratuba), seu atual pré-candidato a vice-prefeito, e, o ex-prefeito Sukita (Capela). Seu histórico demonstra uma grande força política, mesmo sendo derrotada em 2004 e em 2012 para o saudoso Pe. Gerard. Seu agrupamento é comandado pelo ex-deputado Federal André Moura.
Desde a eleição passada que a atual prefeita responde processos na justiça e esse ano teve a sua condenação em segunda instância mantida, o que pode provocar mudanças e novos desdobramentos na candidatura do grupo situacionista.

Rui Brandão (PT): ex-vereador, foi candidato a vice-prefeito na chapa de Sukita em 2016. Oposição ao grupo político de Lara e Hélio, junto com a Vereadora Size encabeça a chapa majoritária pelo PT - Partido dos Trabalhadores, que entre outras atribuições, é herdeiro político do saudoso Pe. Gerard.

Dr. Paulo Afonso (Republicanos): Tem como vice Sílvio do Sindicato, juntos formam uma nova opção, a chamada terceira via política para os descontentes com os dois principais grupos políticos: Lara Moura / Hélio Sobral e Rui Brandão. 

A aliança do ex-prefeito com a atual prefeita


Quem tiver boa memória saberá da rivalidade histórica entre os "grupos" ou os lados em Japaratuba. Já tivemos Hélio Sobral versus Pe. Gerard e agora Lara e Hélio numa mesma chapa. E, também lembrará da fama de gestão desastrosa por conta de atrasos de salário, entre outros acontecimentos - tema bastante utilizado pela candidatura da atual gestão contra o ex-prefeito na eleição de 2016. Mas, eis que agora o mesmo ressurge como um dos melhores gestores, somando-se ao grupo da situação. Há quem considere uma boa "aquisição" e há quem considere um tiro no pé. Como explicar essa mágica, o ruim, de repente, tornar-se bom?

A Condenação


Apesar da pré-candidatura, esse ano vai pesar para a atual prefeita "a condenação dos envolvidos em atos de improbidade administrativa no município de Pirambu. Entre os citados, André Moura, atual secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro, a esposa dele, Lara Moura, atual prefeita do município de Japaratuba, e o ex-prefeito do município de Pirambu, Juarez Batista. A decisão ainda cabe recurso."

A candidatura do PT


Apesar do antipetismo ser uma "onda nacional" reproduzida pela mídia nacionalista e de extrema-direita, em nada machucam os atuais candidatos do PT em Japaratuba pelo fato de serem ficha-limpa.
Outra onda, a da anticorrupção, se de fato for legítima, o candidato é o favorito nesse pleito. Rui Brandão não tem em seu histórico algo que o desabone como candidato, tampouco, a sua vice Size. Seu legado como vereador neutro em seu último mandato o afastou dos dois grupos principais na época, porém, esse ano com uma repaginação do partido, dada as cobranças da população, retorna ao PT com grande força.

A gestão atual


A grande arma da gestão atual serão as obras. As transformações sofridas no visual da cidade serão o carro-chefe do discurso da gestão que apoiou o atual presidente Jair Bolsonaro, no segundo turno das eleições de 2018. 
A gestão atual é marcada pela crise dos transportes escolares universitários, o fechamento do plantão médico noturno, a taxa de iluminação pública, entre outros reclames da população.

A terceira via


Para os descontentes com os tradicionais PT e PSC, este último agora aliado ao ex-prefeito, temos Paulo Afonso como alternativa. Trata-se do atual nome em destaque desde que surgiram as terceiras vias, inicialmente em 2000 com Augusto Neto (PV), depois em 2008 com Carlos de Quirino (PSOL),  em 2012 Profº João Batista (PSOL) e Manuel Pedreiro (2016). Apesar de pouco popular na política, traz um histórico e a aliança com Sílvio do Sindicato, uma liderança do trabalhismo rural em Japaratuba.



Opinião


Lara e Hélio são duas administrações vistas e revistas pelo povo de Japaratuba. Na sua segunda gestão, o ex-prefeito não reparou a sua mancha histórica (atraso de salários) deixada na primeira gestão sendo reincidente, e Lara não cumpriu grande parte de suas promessas de campanha. O grande dilema será a reflexão: até que ponto as obras estruturais (urbanização) embelezam a cidade, mas, não trazem melhorias na saúde, na educação e tampouco na assistência social? Paralelamente, temos a questão do acesso aos portais da transparência e a ausência do debate sobre o uso dos recursos públicos (inclusive os recursos utilizados nas obras), causando reboliço nas redes sociais quando as informações vêm à tona.

Ainda sobre a união, partidariamente, pode ter sido positiva a aliança, porém socialmente representa um paradoxo político. Em sã consciência, as engrenagens se igualaram refletindo o desastre político da gestão anterior na atual. Todos os dois tem problemas com a justiça.

Em relação ao candidato do PT, esse sai na frente no quesito ficha limpa. Rui Brandão tem como credencial seus mandatos de vereador. Apesar do antipetismo nacional há uma grande adesão de militantes e simpatizantes do partido e dos candidatos em questão.

Paulo Afonso será a opção para os descontentes com os "lados" históricos em Japaratuba. O fato é que as candidaturas das chamadas "terceira via" ainda não foram abraçadas pela população, tendo sempre votação considerada inexpressiva, apesar dos reclames dos cidadãos, em sua maioria ditos "esclarecidos",  sobre o revezamento dos chamados grupos tradicionais. 

Outro ponto importante, é o recuo ou adiamento novamente de uma possível candidatura proposta em 2016 para 2020 de Luciano Mendonça que seguiu a com a candidatura de Amanda Mendonça naquele momento. Atualmente, retirou a pré-candidatura apoiando agora o pré-candidato a vereador e ex-presidente da Câmara Municipal, Luciano Acioli. 


No mais, é aguardar o desfecho dessa empreitada. Comentem, elogiem, azedem.

A VERDADEIRA GANÂNCIA: Servir ao público ou viver do erário público?



Muito tem se falado em ganância...

Mas, é só ver que a máquina pública está encharcada de apadrinhados e de pessoas que antes reclamavam estão agora calados.

Dizem que muitos querem lombo... Mas, muitas vezes eles querem é montar no nosso lombo.

O servidor deve ser valorizado quando trabalha e não quando parra que deu a cara a tapa na campanha e por isso tem que receber sem trabalhar.

Esse discurso para querer difamar quem quer dias melhores será desmascarado quando olharem a folha de pagamento e ver que está cheia de pessoas das famílias que matam e morrem pelo seu grupo.

Vejam que o salário de miséria de quem é ganancioso geralmente é substituído por um salário gordo para quem não tem nenhuma ganância. 

Ou seja, tem pessoas que não podem desejar ter salários dignos. Outros colocam sua família inteira, pois, não tem ganância.

É esse comportamento que nos envergonham e fazem as pessoas duvidarem da política e acreditarem que todos são iguais.

Mas, ainda há sempre uma esperança. A luta é boa!

A ESCÓRIA DA SOCIEDADE QUE VIVE EXCLUSIVAMENTE DO ERÁRIO PÚBLICO

Pessoas que vivem do erário público não gostam de pagar bons salários aos que realmente precisam e trabalham, mas, pagam altos salários aos que bajulam e dizem amém a tudo que seus padrinhos políticos querem.

Todo ano eleitoral vemos o "idolatrismo e o babismo" como comportamento marcante dos que defendem o indefensável em nome das benesses que o uso indevido do dinheiro público oferece. 

O caminho legítimo para o emprego público é o concurso, porém, muitos gestores se aproveitam dos cc's e contratos para "agradar" seus aliados e fazerem da prefeitura uma cabide de empregos.

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

PARLAMENTARES E A OCUPAÇÃO DE CARGOS NA PREFEITURA

LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES - SINJUS MG

Sugestão de debate: "Uma proposta de emenda à Lei Orgânica do Município (LOM) que obriga os parlamentares a renunciarem ao mandato se optarem por ocupar secretaria na Prefeitura de Japaratuba. A exigência também valeria para quaisquer cargos públicos fora da Câmara Municipal, seja na cidade, no governo estadual ou na administração federal."

Segundo o TSE: "...para conhecer os deputados e vereadores que vão compor o Poder Legislativo, deve-se, antes, saber quais foram os partidos políticos vitoriosos para, depois, dentro de cada agremiação partidária que conseguiu um número mínimo de votos, observar quais são os mais votados. Encontram-se, então, os eleitos. Esse, inclusive, é um dos motivos de se atribuir o mandato ao partido e não ao político.". A explicação refere-se aos deputados e vereadores que são eleitos pelo sistema proporcional e não pelo sistema majoritário. 

Segundo o STF: "No artigo 56, inciso I, a Constituição admite que parlamentares não perdem o mandato caso ocupem cargos de ministro de Estado, governador de Território, secretário de Estado, do DF ou de Território, de prefeitura de capital ou de chefe de missão diplomática temporária sendo que em qualquer desses casos ele deve fazer a opção pela remuneração. Não há, contudo, previsão para acúmulo de cargos do Executivo e Legislativo na esfera municipal de cidades do interior." Nesse caso, a lei orgânica deve se assimilar às condições impostas para o Congresso Nacional.

Em Japaratuba, observamos esse fato uma vez que em 2016,  o 20º candidato mais votado obteve vaga no parlamento municipal. Além da queixa sobre um vereador bem votado não se eleger e outro com menor popularidade ocupar a vaga, temos a questão do parlamentar eleito que se licencia para ocupar um outro cargo na gestão municipal, geralmente o de secretário.

Entende-se que o candidato eleito tem um papel importante perante o legislativo e um compromisso com o povo em geral, não só com seus eleitores. O licenciamento dá abertura para que suplentes venham a exercer um mandato eletivo, porém, supõe-se que essa prática, apesar de legal, sirva para retribuir aos aliados a sua atuação parlamentar favorável ao poder executivo.

Mas, por que renunciar ao cargo de vereador para ser secretário? Primeiro, pelo poder outorgado pela população como vereador e não como membro do poder executivo, segundo pela questão do remanejamento de cargos ou o popular "dança das cadeiras" e, terceiro, geralmente, a previsão de retorno é indeterminada, descartando a possibilidade imediata de "situação provisória".

O parlamentar pode até justificar sobre a aptidão ou necessidade de suas competências serem compatíveis com o cargo a ser exercido, porém, atentamos para as "restrições" que o vereador em exercício pode perceber quanto ao desenvolvimento do seu cargo, sob pena do titular requerer o retorno a sua vaga.

Diante desses fatos, democraticamente, a renúncia seria uma recomendação legítima (e popular) para um parlamentar ingressar num cargo de comissão ou de confiança do poder executivo, uma vez que quebra os laços com o poder legislativo e torna definitivo o mandato de seu suplente, gerando mais conforto para cumprir sua função. Porém, observando a carta magana, tal fato seria "inconstitucional"? 

Refletindo bem, quando um candidato a vereador é eleito, ele representa a escolha da população para a fiscalização do Poder Executivo. Ao abandonar a Câmara para ir trabalhar junto com o próprio Executivo, esse vereador desvia-se completamente da função para a qual foi eleito. Se ele deixa a vaga para um suplente, a vontade da população, que é o elemento básico da democracia, está sendo desprezada.

Seria "trair" o povo? Eis a questão!

No entanto, essa é apenas a expressão de uma visão particular, estando sujeito a controvérsias, portanto, fiquem a vontade para comentar, concordar ou discordar. 

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

OPINIÃO: Qual é a Japaratuba que você quer no pós-pandemia?


Quem planejou um 2020 cheio de novidades e realizações, se deparou com um evento atípico chamado "Pandemia do Corona Vírus" e isso, queira ou não, modificou as nossas vidas. O século XXI cheio de depressões, de fome de tecnologia e desinteresse pela ciência (pelo menos, no Brasil) está diante de uma crise sanitária juntamente com as lutas sociais e políticas.

No Brasil, desde 2016 que uma onda autoritária e anti-intelectualista tomou conta do país culminando com a eleição de Jair Bolsonaro para presidente da república, candidato eleito principalmente pelo antipetismo ( e antiesquerdismo) já que não reunia as características necessárias para ser um bom estadista. 

Em Japaratuba, não é diferente do restante do país, a atual gestão apoiou no segundo turno o atual presidente e em 2020 sua população enfrenta a crise sanitária. Diante de tudo o que foi vivido desde o anúncio da quarentena e das medidas de enfrentamento do vírus que muitos se perguntam: Qual é a Japaratuba que queremos no pós-pandemia?

Apesar de ser atípico, o Brasil não estava preparado para essa crise, tampouco nossa cidade que já sofreu até deslizamentos de terra em áreas urbanas (e periféricas). Nada melhor do que um período eleitoral para se refletir e responder a pergunta feita anteriormente.

Uma cidade bonita, sempre foi e será o sonho de seus munícipes, mas, assim como quem é mal remunerado e prefere o luxo em detrimento da barriga, percebemos um grande déficit nas áreas essenciais para o crescimento do município como educação, saúde, assistência social e geração de emprego e renda.

Na educação, além dos problemas nas escolas e no ensino básico, há estudantes universitários frustados, primeiro, por conta da luta para estudar em Aracaju, pois, o costumeiro transporte nem sempre é oferecido em todos os períodos de aulas, segundo, depois de formados, não tem onde arrumar emprego no município. Essa angústia aumenta pela falta de representantes dessa luta no poder legislativo. 

Entre outros fatores, queremos no pós-pandemia pessoas mais conscientes, humildes e politizadas que saibam quais seus direitos e deveres como cidadãos. Que não sejam leigos e céticos quanto ao Controle Social e aos Movimentos Sociais, além da luta contra a corrupção.

Queremos uma Japaratuba livre, democrática e independente do abuso do poder econômico e político que moldam pensamentos, ações e até relações sociais e amigáveis entre o nosso povo. Queremos políticos que nos representem, que elaborem, discutam e aprovem o projeto popular junto com os cidadãos e a sociedade civil organizada e que sejam aptos a executá-lo.

Queremos de volta nossa cultura, aquela feita pelo povo e para o povo, contando com o devido suporte do poder público como legítimo fortalecedor dos processos sócio-culturais sem interesses particulares.

Queremos qualidade de vida e justiça social que possam nos orgulhar de ser filhos e moradores do nosso município. 

Em fim, comentem, deixem sua opinião. Qual é a Japaratuba que você quer no pós-pandemia?


quinta-feira, 23 de julho de 2020

LIVRO A CONTADORA E O POETA É LANÇADO EM LIVE NO INSTAGRAM



Foi lançado na noite de ontem, 22 de julho de 2020, na cidade de Carira, Sergipe, A Contadora e o Poeta, o primeiro romance do escritor brasileiro, nascido em Japaratuba, F. J. Hora.

F. J. Hora, além de escritor, é poeta, contador e editor. Publicado pela JHS Publicações, o lançamento do livro ocorreu através de live na rede social Instagram.

Durante a live, houve a interação da Contadora Caroline Ribeiro e do Contador e Escritor Josueh Barreto.

O livro “A Contadora e o Poeta” é o 13º livro publicado pelo escritor. O romance conta a história de um grupo de amigos que vivem experiências inusitadas por conta da presença de um poeta no curso de contabilidade. 




O livro está a venda nos seguintes formatos e canais:



sexta-feira, 17 de julho de 2020

POEMA: Amar que ser amado


(pintura de Charles Amable Lenoir)


AMAR QUE SER AMADO... 


Devemos viver plenamente 
Com humildade e muito amor 
Aquele que só busca valor 
Será feliz muito dificilmente. 


Esqueça tudo o que o dinheiro 
Não compra, e sobre a vaidade 
Que a mídia diz ser a felicidade 
Em tudo querer ser o primeiro. 


Ser o primeiro não é altruísta 
Pois, mesmo que seja por esporte 
Há quem não tenha essa mesma sorte 
E, na verdade, isso é coisa de egoísta. 


Viver bem é amar e ter a quem ajude 
Pois, se não amar qual será a recompensa? 
Todo o ser feliz é aquele que pensa, 
Que ama e vive em sua plenitude! 


Use a melhor roupa, abra um sorriso 
Abrace as pessoas, mande mensagem 
Faça valer no mundo sua passagem 
Na vida pessoal, social ou de improviso! 

Autor: Flávio de Jesus Hora



Comentários: O título do poemas nos lembra a renúncia que nos impõe a decisão de amar. Não é renunciar a felicidade, mas, ser instrumento dessa mesma felicidade. Não é uma questão de perder para que alguém ganhe, mas, uma forma de dar abraços, carinho e um diálogo construtivo, ou até algo material. O presente físico deve ser fruto da boa vontade e não da autopromoção, portanto, amar que ser amado surge da alma, da consciência de que podemos ser feliz se alguém estiver feliz. 

Temos que ter o cuidado para não condicionar nossa felicidade aos outros. O amor deve ser fruto da comunhão com Deus. 

Os Jovens e a virtualização das relações humanas


Muitos pais, atualmente, sofrem a falta de atenção, falta de diálogo e a preguiça dos filhos na fase de crescimento. A revolução cibernética mudou o comportamento também dos pais que satisfazem a vontade dos filhos na aquisição das modernas formas de comunicação e interação com o mundo virtual. O resultado é o estresse na hora de organizar as tarefas e as refeições das crianças e adolescentes.

Hoje, a educação online é uma ótima opção, mas, exige o controle dos pais sobre os horários e o conteúdo, evitando assim a procrastinação e a acomodação dos filhos. As influências dos aplicativos e das mensagens disseminadas nas redes sociais interferem na propagação dos princípios morais de cada família, tanto na absorção quanto na manutenção da tradição.

Sobre esse assunto, temos o poema abaixo:


DA MENINA QUANDO CRESCE

Quando o príncipe encantado, da paixão
De repente vira lobo mau, sem alento
Aquele que mora em seu pensamento
Não passa de uma doce ilusão

E se a liberdade é sua esperança
De um dia se tornar mulher
Engana-se que podes fazer o que quiser
Quando deixar de ser uma criança

Porque o sonho não deve morrer
Nem a vida ser desesperançada
Nem namoro, nem a vida de casada
Substitui o tempo do adolescer

E assim, nessa eterna abundância
De desejos de sentir outras emoções
Como sobreviver às novas paixões
Sem a proteção que tinha na infância?

F. J. Hora. 16.07.2015. Todos os Direitos Reservados.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

COMPRE O ROMANCE A CONTADORA E O POETA

A Contadora e o Poeta, livro digital

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Sinopse



É um romance que se passa em uma universidade particular da capital. Um grupo de amigos vivem experiências inusitadas por conta da presença de um poeta no curso de contabilidade. Karen, a contadora. Sílvio, o poeta.

O ano inicial é 2012, estendendo-se até 2016 com o recebimento da carteira de identidade profissional.

Toda a narrativa é construída por diálogos em sms, redes sociais ou mensageiros instantâneos e encontros na faculdade.

O medo de “se apaixonar” (um pelo outro) dos dois amigos, contadora e poeta, é o que move a história, além do amor platônico de Sílvio por Lua.

Durante o curso, o poeta se envolve com Lavínia que guarda um segredo. É por causa desse segredo que ela sonha em ter uma noite de prazer com os amigos Sílvio e Ralf.

Karen se encanta pela personalidade intelectual e marcante do poeta, apesar do conflito de ideias e de estilo. O romance retrata aulas, assuntos de contabilidade e também alguns temas típicos do poeta, o seu estilo literário e, claro, a juventude daquela época.

Uma história inspirada em fatos reais.



quarta-feira, 8 de julho de 2020

ENTREVISTA: A transparência e a cidadania na visão de HERIBERTO

Foto: divulgação da pré-candidatura


Essa semana, o papo do Blog foi com Heriberto, que ao lado de novos nomes na política, é um cidadão em destaque. Conheça um pouco sobre ele e saboreie a entrevista. 


Heriberto Pereira Nascimento, nascido em Pão de Açúcar-AL em 1975, chegou em Japaratuba em 05 de fevereiro de 1992, onde concluiu o ensino médio. Nem sempre se interessou por política, mas sempre observador quanto às más gestões, até que a necessidade de poder contribuir veio à tona. Nos últimos três anos procurou sempre olhar os portais oficiais, aos poucos fui se acostumando e encontrou nas redes sociais um meio para começar essa contribuição. Heriberto ou Beto, como é chamado pelos amigos, é Administrador de Empresas, curso superior que lhe dá uma boa visão sobre a administração pública.

Confira as 10 principais perguntas do blog para Heriberto.


1.    Você, hoje, é uma figura pública tanto popular como política. Quando se deu esse reconhecimento de que o cidadão precisa participar da “fiscalização” dos atos de seus representantes? 

Não tenho essa consciência ainda que sou uma figura tão pública, mas fico feliz pela colocação. Quanto à conscientização de externar a insatisfação do que vem ocorrendo em Japaratuba, infelizmente, não faz muito tempo. Vinha acompanhando de forma distanciada, mesmo com o senso “crítico a flor da pele” até descobrir uma forma de contribuir com a comunidade local: usar os portais da transparência e as redes sociais para disseminar os dados, mesmo sendo parciais, para que comecem a ter a consciência de como estão sendo utilizados os recursos públicos em benéfico da comunidade. 

Mesmo tendo essa revolta não fazia ideia que poderia fazer diferença com tal ação. Fiscalizar é essencial para que o andamento da coisa pública tenha resultados eficientes e eficazes. Mas também fazer chegar essas informações à população é fundamental. 

2 Você já foi aliado de algum grupo político? Se sim, qual a experiência diante das ações que fogem do contexto da aceitação popular? 

Não digo aliado, pois nunca participei efetivamente de “agrupamento”. Diante do contexto local fui eleitor de um agrupamento que no momento achava “menos pior.” Não havia descoberto às redes sociais como meio para contribuir com informações relevantes para toda a comunidade. Apesar de nenhuma gestão atingir 100 % da aceitação popular, as últimas gestões sempre fugiram da boa aceitação: obras inacabadas, salários atrasados, classe estudantil prejudicada ( universitários), falta de plantão médico, falta de remédio na farmácia básica, falta de profissionais da saúde etc. Foram alguns pontos que fugiram da aceitação popular. 

3 Na sua opinião, a sociedade está mais informada, ou ainda está dependente do poder econômico? Por quê? 

Sim e não. A informação na maioria das vezes serão passadas conforme o grau de interesse, como muitos não sabem ou não querem pesquisar, acabam absorvendo e tendo como boa informação aquilo disseminado. Isso acaba até causando conflito de opinião, principalmente nas áreas mais carentes, pois a informação sempre chega de forma distorcida, como modo de aprisionarem famílias carentes em uma sociedade cada vez mais interligadas pelas redes de sociais. 

4 Como cidadão, quais as áreas você percebe que estão com déficit de atenção do poder público? 

Qualidade de vida é baseada em alguns parâmetros e Japaratuba não fica fora de tal avaliação e, consequentemente, do déficit econômico, educacional e de saúde.

Nas últimas décadas não houve uma melhora no desenvolvimento econômico de Japaratuba, é tanto que com o desinvestimento da Petrobras na área fez com que esse déficit ficasse escancarado; o comércio ficou decadente e não houve geração de emprego, onde a maioria depende da administração pública. Na área da educação a queda constante no número de alunos demonstra a fragilidade das escolas municipais. Pouco é investido em suas estruturas para tonar mais atrativas e em condições de oferecer melhor acolhimento e aprendizagem aos seus alunos. Sua estrutura física torna-se um local não muito aconchegante devido ao forte calor e sem aulas alternativas em sua grade curricular. A saúde de forma geral nunca foi oferecido atendimento compatível com as necessidades locais, isso fica nítido quando uma pessoa com problemas mais sérios de saúde precisa de atendimento constante. Carros sucateados, reclamações por falta de alguns profissionais e estrutura de atendimento não eficaz são mais alguns efeitos deficitários da saúde em Japaratuba. 

5 Sobre o poder legislativo, você acredita que houve renovação em 2016? Quais as perspectivas para 2020? 

No nosso legislativo não houve renovação em 2016 que possamos destacar. Mas vale lembrar que nas legislaturas anteriores não houve lá essas atuações marcantes. Vide o retrato de Japaratuba atualmente.

Sempre há perspectivas que novos nomes com novas atitudes apareçam e que façam valer sua representatividade, honrem seu verdadeiro compromisso com a comunidade. Em 2020 isso não será diferente. 

6 Ainda sobre o legislativo, pode-se dizer que temos um parlamento atuante ou nossos vereadores não representam os anseios da população? 

Ele só representa à comunidade, mas não os anseios. Não são atuantes como legisladores, infelizmente. Percebe-se que tentam sempre amenizar as discussões como se estivessem discutindo algo pessoal, íntimo. Os projetos são poucos discutidos, ou não são discutidos. Verdadeiramente não representam os anseios em geral. 

7 Sobre o poder executivo, qual a sua avaliação sobre o modelo político da atual gestão? 

Não posso dizer que seja a pior gestão que Japaratuba já teve, mas quanto ao modelo é decadente e prisioneiro. As repartições não possuem independência para inovar, não fiscalizam, não acompanha de forma técnica a implantação das ações planejadas. Tudo isso trava o andamento da máquina pública. A elaboração de mecanismo de melhorias entre os setores já não existe, construção de um modelo político ajustado a essas exigências são descartadas sem maiores avaliações; Utilizar de artifícios para autopromoção é algo marcante da atual gestão. 

8 A situação, através de seus aliados, tem criticado bastante os grupos oposicionistas. De que forma você ver como positiva essa reação da gestão sobre a participação popular? 

Isso significa que o apoio a atual gestão não é tão maciço assim. A participação popular está cada vez mais ligada às informações que chegam de forma clara e objetiva, isso acaba que desagradando à situação fazendo que tenham reações antes não externadas. Neste sentido, as cobranças acontecem, mostrando que as necessidades da gestão não são às mesmas da comunidade. 

9 Você participa de alguma instância do controle social ou algum colegiado? Em Japaratuba, há boa recepção da gestão no sentido de acolher o controle social? 

Infelizmente não participo de nenhuma instância de forma direta de controle social e nem de colegiado. Todas às informações que tento disseminar, buscando melhoria pela coletividade é pelo acompanhamento que tento fazer nos portais oficiais da gestão municipal e federal. Japaratuba não é diferente de muitas cidades brasileiras, aliás, das gestões, não gosta da participação popular nas decisões importantes que possam impactar positivamente na vida da comunidade. Não há um levantamento, recepção com a comunidade local sobre determinada obra, construção, ações e das reais necessidades e como elas poderiam ser melhores tratadas. Só ouvimos falar sobre Controle social, mas poucos sabem o real sentido e sua importância para a comunidade. 

10 Você é pré-candidato a vereador. De que forma uma possível candidatura sua irá oportunizar a comunidade de Japaratuba sobre a tão sonhada mudança na política? 

Sim, sou pré-candidato pela primeira vez, assim como minha filiação em um partido político. Antes mesmo de minha filiação e pensamento em uma possível candidatura, vi que a melhor maneira de fazer a comunidade ter alguma reação é informar ações que por muitos passam despercebida, isso causa um impacto positivo para todos. E é nessa perspectiva que tento incluir cada vez mais a participação popular e a tão sonhada mudança política: Participação, transparência, publicidade e fiscalização do que é público, fazendo com que o erário seja retornado de forma eficiente e eficaz para quem é de direito: a comunidade em geral. 

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sexta-feira, 3 de julho de 2020

A FLOR DO MARACUJÁ: Livro de contos é publicado digitalmente


Crônicas, contos, pequenas narrativas, reflexões... Em ambientes, épocas ou realidades diferentes. O saudosismo e os costumes que demonstram a identidade de um povo.

É um livro que mostra a era das redes sociais e das relações entre os jovens na quebra de tabus e na interação cultural com a modernidade do século XXI.

Introdução


No Brasil, especialmente nas regiões pobres não só economicamente, mas fracas de conhecimento e cultura temos a figura do bodegueiro, aquele comerciante que tem uma “venda” como alternativa ao vocábulo que designa um pequeno estabelecimento onde se faz o meio termo entre o bar e a mercearia. 

O fato é que a bodega é discriminada, mas, é o que sustenta a economia e a renda de localidades periféricas e precárias, elevando a fama dos mercadinhos e supermercados. Por mais que a modernidade deu personalidade jurídica e um título de estabelecimento, a bodega ainda é um baluarte da nossa cultura de massa. 

Não tão longes da nossa lembrança, temos o famoso caderno do fiado, que guarda nomes e pessoas do nosso povo. É uma escritura da sociedade dos subúrbios e cidadezinhas que impressionam pela sua carência de recursos intelectuais e de pessoas com conhecimento filosófico e cidadão. 

Paralelo à essas estórias, temos a FLOR DO MARACUJÁ, um punhado poético das nossas vidas desde a infância até a juventude. Contos sobre a descoberta do sexo, do amor e as diferenças. 

São narrativas sobre as novidades do mundo anterior à revolução tecnológica em contraste com as novas ferra- mentas tecnológicas e as redes sociais.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

A CONTADORA E O POETA: Lançamento será em 22 de Julho de 2020

A Contadora e o Poeta, divulgação.



O livro A Contadora e o Poeta, é um romance de autoria do escritor F. J. Hora, se passa em uma universidade particular da capital. Um grupo de amigos vivem experiências inusitadas por conta da presença de um poeta no curso de contabilidade.

O ano inicial é 2012, estendendo-se até 2016 com o recebimento da carteira de identidade profissional.

Toda a narrativa é construída por diálogos em sms, redes sociais ou mensageiros instantâneos e encontros na faculdade.

Karen se encanta pela personalidade intelectual e marcante do poeta, apesar do conflito de ideias e de estilo.

O lançamento acontecerá dia 22 de Julho através de vídeos (trailer e live) e propagandas nas redes sociais, às 20 horas.

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E-mail: fjhora@hotmail.com

segunda-feira, 22 de junho de 2020

ENTREVISTA: Rafaela Teles fala sobre cultura, política e religião



As vésperas do São João, nosso blog dialogou com Rafaela Teles, a mais jovem ativista sócio-cultural da cultura negra em destaque. Vamos conhecer um pouco da sua biografia e saborear a entrevista.


Rafaela Santos Teles Vasconcelos (Japaratuba, 19 de novembro de 1984), é uma mulher preta, empreendedora, Japaratubense de alma leve, militante, ativista social e cultural, artesã e microempreendedora individual. Filha de José Almeida dos Prazeres Teles (mais conhecido como Dézinho Taxista) e Maria Eulália Santos (mais conhecida como Moça da saudosa Benedita). Nasceu no município de Japaratuba, de família pobre, estudou em escolas públicas, graduou-se em licenciatura plena em Ciências da Religião pela Universidade Federal de Sergipe é graduanda em Serviço Social e pós graduanda em História e Cultura Afro brasileira. Destacou-se por sua luta cultural e social, sua militância começou a ser colhida à partir de 2010, quando da participação efetiva na Casa de Cultura Afro Sergipana. Desde 2014 é membro do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Japaratuba - CMPC, contribuindo na função de secretária executiva.


CONFIRA AS 10 PERGUNTAS PRINCIPAIS DO DIÁLOGO


1. Como você despertou para a atividade cultural e religiosa em Japaratuba? 


Na atividade Cultural, a princípio, foi vontade de reconhecer-se como sujeito integrante e formador da pluralidade cultural, sentir a vivência das manifestações, as histórias e os elementos formadores da cultura local valorizando o que é próprio em cada uma delas e contribuir da melhor forma possível para seu desenvolvimento. Na questão religiosa além do sentimento de pertencimento ao algo maior, a academia me deu a consciência que só participando das diversas expressões definidas como religiosas e que podemos enxergar como essa diversidade religiosa se torna elemento central de ação pró-ativa em favor de atitudes de tolerância e respeito às diferentes vertentes religiosa com suas crenças, mitos e ritos. 

2. Dizem que Japaratuba é celeiro da cultura sergipana. Você concorda? Porque? 

Entendo ser sim um celeiro cultural do estado de Sergipe. Japaratuba tem em sua história as mais variadas expressões populares e todas tiveram representantes de muita envergadura seja no cenário local, estadual, nacional e até mesmo cenário internacional que é o caso do artista plástico Arthur Bispo do Rosário, mas,  percebamos que não é só desse filho ilustre que Japaratuba se faz representar, tivemos Garcia Rosa na Poesia, mas, não se resume somente a essas áreas pois são nas manifestações populares que se ver a riqueza da sua miscigenação com a presença de diversos grupos populares como exemplo reisados, cacumbis, chegança, taieira e muitos mais, e é nessas expressões que vemos nomes como Mestre Curral, Maestrina Dona Iêda, Mestre Batinga, Mestre Nego, Mestre André dentre muitos. No entanto, assistimos nas últimas décadas o declínio dessa manifestações por falta de políticas públicas que visem a valorização e preservação dessas manifestações. 

3. Em 2015, houve um evento sobre o 13 de maio. Qual o legado desse evento para a história de Japaratuba? 

O evento representou um marco para os descendentes afro brasileiros no município de Japaratuba, mesmo tendo ocorrido apenas uma vez no município entendo que o embrião está vivo e logo se tornara mais um evento no futuro calendário cultural do nosso município. Esse evento que recebeu o nome Movimento Afro 13 de Maio, nasceu como um projeto que foi a unificação com as comemorações dos 15 anos de resistência do grupo Guerreiros do Maculelê. 

4. Continuando com os eventos culturais, “Águas da Missão”, qual o significado para uma cidade que tem a cultura africana em suas entranhas? 

A celebração serviu para difundir a cultura afrodescendente e, também, é uma maneira de militar pelo fim da intolerância religiosa assim como, de promover uma Cultura de Paz, igualdade, inclusão social e respeito. É um lindo momento de agradecimento e gratidão aos Orixás, aos nossos ancestrais e a Nossa Senhora da Saúde. Assim, está claro que o evento é um marco na luta do contra o preconceito e a intolerância religiosa e desejo que essa chama permaneça acesa e, unidos, possamos tornar ainda mais visível seja no nosso município ou nas cidades vizinhas essa demonstração de respeito as religiões de matrizes africanas. 

5. Em 2014, tivemos a criação de uma importante ferramenta do controle social: o conselho de cultura. Como você ver a atuação do conselho e a integração com a gestão pública? 

Percebo que o Conselho estar muito abaixo das expectativas, quando o assunto é seu papel como fiscalizador e promotor de políticas públicas culturais dou minha contribuição seja como amante da cultura e expressões populares, seja como secretaria executiva e continuarei persistindo para ver primeiro a cultura em Japaratuba ser mais pujante como também ver o conselho mais ativo nas suas funções. 
No tocante a integração com a gestão pública vejo uma inconstância, ora o conselho é importante e ai o diálogo é aberto e sentimos a presença dos representantes próximos ao conselho mais as vezes esses mesmos representantes se afastam como se o conselho não pudesse ajudar na fomentação da expressões culturais e na criação de políticas públicas que visem a preservação de patrimônio japaratubense. 

6. Você já foi candidata ao Conselho Tutelar. Quais os desafios do setor em nossa cidade, com relação ao Ministério Público, Assistência Social e Programas Sociais da Saúde e Educação voltadas para o público infantil? 

Sim, por duas vezes, a primeira em 2014 e a última em 2019. Um dos desafios é o aparelhamento transparente entre gestão pública, conselho municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), órgão que é responsável pela eleição e o ministério público órgão responsável pela fiscalização da eleição. 

7. E sobre as eleições a Conselho Tutelar. As campanhas eleitorais tomaram proporções da política partidária ou o poder econômico não impactou no resultado das urnas? 

Foi visível a influência do poder econômico no resultado das urnas, precisamos urgentemente fazer uma campanha de conscientização junto a todos os setores da sociedade para mudamos tal fato, haja visto que a função é de extremar importância e a sociedade não pode se deixar levar por fatores econômicos quando for decidir os membros deste renomado órgão de preservação dos direitos e aplicação das normas dos deveres de nossos jovens e para isso os melhores precisam estar incumbidas desta função. Boa parte dos candidatos têm vinculação com vereadores, é algo que todo mundo sabe. É um processo eleitoral, precisa mobilizar a comunidade para votar, então vereadores entram no processo apoiando as pessoas que eles consideram importantes para os seus mandatos legislativos. Salientando, há necessidade da reavaliação do processo das eleições ao Conselho Tutelar, como por exemplo o estudo da viabilidade de um curso especifico para poder participar da eleição. O risco é que a politização deturpe a função principal do cargo. Precisamos da conscientização das pessoas com envolvimento com a causa, e isso nem sempre é verdadeiro. Os mecanismos para restringir os candidatos existem e são aplicados na tentativa de minimizar o uso político. Em Japaratuba, é necessário ter, no mínimo, mais fiscalização voltadas para as irregularidades do dia da votação. 

8. Hoje, você faz parte de um bloco ou grupo político de oposição. Como se deu o rompimento com a gestão atual e a caminhada em busca de um novo projeto? 

O rompimento se deu, é fato, os motivos, razões, seja lá o que promoveu essa ruptura ficou no passado e lá deve ficar, agora a caminhada que me levou para o grupo que estou e esse novo projeto, começou quando recebi um convite para uma reunião com assessoria do Senador Alessandro para tratamos de assuntos no tocante a Japaratuba. Foi nesse momento durante a reunião que coloquei pontos que entendia serem primordiais para a população e desse diálogo fui convidada para filiar-me ao partido, pois, estavam buscando uma pessoa com o perfil que apresentei para representar o estado em Brasília no encontro nacional de mulheres e assim nasceu meu vínculo com o grupo que estou e é por esse grupo de novas ideias e valores que estou pré-candidata nas próximas eleições. 

9. Na sua visão, o eleitorado mudou em relação a 2016? Dentro do quadro atual, pode haver resultados diferentes? Quais? 

Sim, houve muita mudança, o eleitorado está mais atento aos movimentos dos nomes políticos, eles estão mais críticos com determinados acordos que visam só atender a projetos pessoais dentro da política e a permanecia de determinados grupos no poder. Vejo muito viável e cheia de esperança que o eleitorado promova várias mudanças seja de atitude própria, não aceitando a troca de seu voto por nada e essa quebra de costume leve nomes novos, cheios de vontade para fazer diferença ao parlamento municipal. 

10. Você é pré-candidata a vereadora. Algumas alianças de pessoas antigas na política estão dizendo que é renovação. De que forma, sua candidatura irá oportunizar aos eleitores ou cidadãos que querem mudança? 

Farei um mandato transparente com publicação das ações para manter a população ciente das nossas ações, emitiremos informativo mensal prestando contas à população que nos outorgou o mandato; Lutaremos pelo fortalecimento dos Movimentos Sociais já que são a forma mais legítima de o povo lutar pelos seus direitos garantidos pela Constituição e demais leis da democracia; Buscaremos formas de democratizar de todos os setores da gestão pública, pois acredito que a democratização é o único caminho legítimo para o povo cobrar e fiscalizar o uso dos recursos públicos; Vamos através de diálogo com todos buscar uma reforma e Atualização das Leis do Município, pois entendemos que a força do poder legislativo está na regulamentação das leis da democracia, dando mais direitos ao nosso povo e permitindo que o vereador fiscalize e cobre ações do executivo municipal. Buscarei formas de representar os anseios das classes estudantis, artísticas, comerciais e a sociais, pois estão órfãos de um representante legítimo no poder legislativo. Realizarei reuniões periódicas para ouvir as reivindicações da comunidade esse é o papel do vereador ouvir o povo e levar as demandas para o prefeito e cobrar sua atenção a estas causas.  E estarei sempre antenada aos clamores da sociedade quando a uma prestação serviço justa por parte dos aparelhos da administração pública a população Japaratuba sem fazer qualquer distinção.

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